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Milhares de pessoas tomaram as ruas do Centro de Maceió, em direção do Palácio
República dos Palmares, na manhã desta quinta-feira (18), para protestar contra
a falta de políticas públicas e de investimentos por parte do governo Teotonio
Vilela Filho. O ato faz parte da Jornada de Lutas em Defesa de Alagoas e tem o
objetivo de mobilizar e chamar a atenção da sociedade para a situação precária
em que se encontra o Estado, que figura entre os mais violentos do mundo.
A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Amélia Fernandes,
afirmou, durante o ato, que a insatisfação da sociedade é geral e criticou a
falta de diálogo do governo para com as categorias.
“Estamos tentando,
desde o ano passado, formar uma mesa de negociação com o governo e, até agora,
não obtivemos resposta. Chegou a hora de irmos às ruas porque a população é quem
está sofrendo coma falta de políticas públicas que garantam qualidade de vida às
pessoas”, afirmou Amélia.
Representantes da Comissão Pastoral da Terra
(CPT), do Movimento Sem Terra (MST), Movimento Terra e Liberdade (MTL) e do
Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), que estavam acampados em Maceió
desde essa quarta-feira, também compareceram ao ato público e criticaram a
postura do governo em relação do homem do campo, que vem sofrendo com a estiagem
prolongada.
Para Carlos Lima, da CPT, o governo do Estado tem sido omisso
e não está preocupado em amenizar o sofrimento dos sertanejos. “Há um descaso do
governo para com o homem do campo, em especial com os que perderam seus rebanhos
por conta da seca. Essas famílias vão passar cinco, dez anos, para recuperar
tudo o que perderam, enquanto o Estado sequer investiu os recursos que vieram do
governo federal. Os pequenos produtores estão sofrendo”, afirmou.
Em clima de protesto, a população levou às ruas, durante o ato, bonecos que
representavam o governador Teotonio Vilela e alguns secretários de Estado, como
Adriano Soares (Educação), Defesa Social (Dário Cesar) e Jorge Villas Bôas
(Saúde), áreas em que, segundo os manifestantes, a falta de investimentos tem
feito a população sofrer desde 2006.
Segundo a presidente do Sindicato
dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Maria Consuelo, o
comparecimento da sociedade civil ao ato comprova que os alagoanos estão
indignados com a inoperância do Governo do Estado. “As políticas públicas
prioritárias não têm sido implementadas e a população atendeu ao nosso chamado.
Não dá mais para ficar de braços cruzados e silenciar. Chegou a hora de a
sociedade alagoana reagir”, destacou Maria Consuelo.
Durante o ato,
moradores do município de Anadia se solidarizaram aos movimentos sociais ao
repudiar a crescente criminalidade na cidade. Em meio ao protesto, a comunidade
informou que, nos últimos dois meses, mais de 20 assaltos ocorreram na cidade. À
reportagem, o professor e vice-presidente do Sindicato dos Funcionários
Municipais de Anadia, Osvaldo Chagas, disse que a realidade no município é
“gritante” em meio ao número de roubos, assaltos e seqüestros, que são
frequentes.
“As pessoas não saem mais de casa à noite e apenas dois
policiais militares fazem a segurança diariamente no município, que tem 18 mil
habitantes", ressaltou.
Enquanto a população protestava pelas ruas, um
helicóptero da Polícia Militar sobrevoava o Centro de Maceió, provocando vaias e
gritos de protestos por parte dos manifestantes, que repudiam a postura do
governo no sentido de tentar silenciar os movimentos sindicais.
“No caso
do Sinteal, por exemplo, ao invés de dialogar, o Governo chama o Bope para
conter os representantes da categoria. Isso é um absurdo”, diz a presidente da
CUT.