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ana paula omena e breno airan
Tudo o que um pai quer é que seu filho estude e tenha um belo futuro pela frente.
Mas como isso pode acontecer depois de um trauma?
É a dúvida que permeia o casal que teve o filho de 7 anos supostamente abusado por um funcionário de uma escola particular, do bairro de Guaxuma, em Maceió.
Desde segunda-feira (15), a mãe Rebeca Calheiros e o padrasto Johnata Simões peregrinam do Instituto Médico Legal (IML) Estácio de Lima até o Hospital Sanatório, para que os procedimentos cabíveis sejam efetuados.
Até as 10h desta quarta (18), eles não haviam conseguido fazer o Exame de Conjunção Carnal na criança - que prova se, de fato, ela foi estuprada ou não.
Questionado pelo portal Tribuna Hoje, o padrasto não teve coragem de dizer o que o garoto relatou.
"No mais, é-se necessário esse exame! Porque se este não for feito, nada pode ser provado contra o funcionário. E se ele ficar à solta, pode abusar de outras criancinhas...", comenta.
A equipe de reportagem do TH foi ao Hospital Sanatório para verificar a situação in loco, onde a vítima ainda esperava por atendimento. Cansada, a mãe foi até o Ministério Público Estadual (MPE) relatar o fato. "Só depois disso tudo que poderemos ou não denunciar o funcionário da escola", relata Rebeca Calheiros.
Desesperada, a mãe do garoto também denunciou o caso na Delegacia de Crimes contra Criança e Adolescente, onde um inquérito foi aberto para apurar a suspeita. Dona Rebeca Calheiros foi ouvida e teve seu depoimento gravado, e será mantido em sigilo.
Suspeitas dão conta, de que a criança teria sido atacada por um zelador da escola particular, teve suas partes íntimas machucadas, e posteriormente, teria sido amarrado e agredido no braço pelo funcionário.
"Estamos muito cansados, inclusive meu filho, ele é pequeno e sofri com alguns problemas de saúde tendo que tomar coquetéis e está bem debilitado com toda esta peregrinação, é lamentável uma situação desta!", desabafou a genitora.
Falta de médicos legistas impede realização de exame
O chefe da segurança do Hospital Sanatório, Ericson Tadeu Sabino de Melo, informou para a reportagem que o hospital apenas teria cedido uma sala da unidade para a realização dos exames de corpo de delito, mas que não tinha responsabilidade alguma sobre o fato da ausência de médicos para fazer os devidos procedimentos.
"Várias pessoas não estão tendo acesso ao exame, pela falta de médicos diante da greve ainda decretada no ano passado, a gente do Sanatório não pode fazer nada", avisou o chefe de segurança.