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jhonatas maresia
Integrantes de entidades sindicais, associações, partidos políticos e
representantes da sociedade civil organizada se reuniram, nesta quarta-feira
(17), na sede do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, para discutir a Jornada
de Luta em Defesa de Alagoas. Um ato público está marcado para esta quinta-feira
(18), às 9h, com concentração na Praça Sinimbu, no Centro, para marcar o
descontentamento com os índices de violência, estatísticas da educação e caos na
saúde pública.
Durante o encontro de hoje, os integrantes do movimento
comentaram os
dados apresentados ontem pela Fundação Lemann, que aponta um retardo de 4 anos
no aprendizado em Alagoas. Conforme o levantamento, os alunos concluem o 9º
ano do ensino fundamental sem saber o conteúdo que deveria ser aprendido no 5º
ano.
O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) lamentou os dados na educação e
afirmou que o governador Teotonio Vilela "virou as costas para a sociedade". De
acordo com ele, o sucateamento em que se encontra a educação é furto do que
classificou como "gestão de grande fraude". "A educação no estado está um caos.
Elas passaram um ano para ser reformadas, prejudicando milhares de alunos. A
sociedade civil organizada não pode admitir esse tipo de situação".
Na
opinião do Lessa, a educação, saúde e segurança pública deveriam ser a
prioridade do atual chefe do Executivo, já que todos os indicadores sociais
apontam que essas áreas seguem em decadência no Estado. “O governo Teotonio
Vilela nunca priorizou essas áreas. As escolas públicas estão sucateadas, os
médicos estão em greve sem qualquer negociação para o fim do impasse e o número
de homicídios só está crescendo”, pontuou o ex-governador.
Na avaliação
dele, o plano Brasil Mais Seguro, implantado como projeto-piloto em Alagoas para
reduzir a criminalidade, precisa de vários ajustes. “No começo do plano, houve
um ensaio da saída da criminalidade, porém, alguns meses depois, nada mudou. Os
crimes voltaram a acontecer. Essa gestão é uma grande fraude e não reconhece que
a situação é ruim”.
Lessa sugeriu que o governador “olhasse para o povo
ao invés de ficar restrito, dentro de uma sala, observando tudo o que está
acontecendo”. “Teotonio Vilela precisa estar mais atento aos problemas que
afligem a população. Saúde, educação e segurança pública não estão sendo levadas
em consideração pelo atual gestor”, acredita.
Ele também comentou sobre a
decisão que o beneficiava e que foi prolatada semana passada. A Justiça
suspendeu o bloqueio dos bens do ex-governador. “Só reforça que sempre fui
inocente e, agora, está sendo feita a Justiça. Fui perseguido por pessoas que
compõem a Justiça e o MP, mas, agora, finalmente, está a situação se reverte ao
meu favor”.
Sobre a eleição no ano que vem, Lessa informou que o PDT deve
participar de uma grande frente partidária de oposição ao atual governo, mas não
revelou qual cargo deverá disputar. Adiantou, também, que há possibilidade de se
apoiar o senador Fernando Collor para a reeleição.
A Jornada de Luta em
Defesa de Alagoas começa nesta quinta-feira e, de acordo com a programação,
novos atos públicos estão marcados para acontecer nos dias 26 de abril e 1º de
maio, no Dia do Trabalhador.