todosegundo //
alagoas247
Cada mulher que dá à luz em Alagoas não sabe, mas o seu filho nasce, por
enquanto, devendo R$ 2,8 mil. Essa dívida também é de todos os cidadãos
alagoanos e a tendência é de crescimento. Administrado pelo governador Vilela
(PSDB) desde 2007, o Estado só vê aumentar os valores do endividamento, o que
pode comprometer a gestão dos próximos governantes.
Um dos Estados mais
pobres da federação e líder em diversos índices negativos em áreas como
segurança pública, a dívida em dezembro de 2001 durante o governo Ronaldo Lessa
(PDT) – á época filiado ao PSB -, era de R$ 3,18 bi. Em dezembro do ano passado
ela passou para estratosféricos R$ 8,17 bi. Entre o período do governo de Lessa
e o do atual, a dívida só caiu em 2009 para R$ 6,84 bi, tendo como comparação o
ano de 2008 (R$ 6,95 bi).
Os valores da dívida têm crescido,
principalmente, por conta dos empréstimos contraídos pelo governo tucano. Em
2010, depois que o Estado contraiu o primeiro empréstimo da atual gestão, –
foram R$ 249 milhões tomados ao BNDES e outros US$ 195,5 milhões ao Banco
Mundial, a dívida com a União cresceu 10% a mais em relação ao período anterior,
atingindo R$ 7,52 bi.
E essa mesma situação está prestes a ser repetida.
O Estado fechou 2012 com dívida consolidada de R$ 8,2 bi. Basta somar os R$ 611
milhões emprestados pelo BNDES (a primeira parcela de R$ 257 milhões já foi
depositada) mais os juros e o estado vai fechar o ano com dívida acima de R$ 9
bi.
PT
O deputado estadual
Ronaldo Medeiros (PT), embora saiba que será difícil acompanhar a aplicação dos
recursos, declarou que vai fiscaliza cada centavo. “Algumas obras em andamento
no Estado reúnem cifras muito altas e, por isso, precisamos saber o que é
prioridade ou não”, prometeu.
Mas, o fato é que a cada novo empréstimo
pior fica a situação de Alagoas e dos alagoanos para o futuro. O próximo
governador – corre o risco de herdar um estado impossível de governar. O
dinheiro desse novo empréstimo está previsto para ser alocado para projetos do
programa Alagoas Tem Pressa e será utilizado por diversas secretarias.
O
problema é que, apesar dos empréstimos, Alagoas não decolou e patina em todas as
áreas como saúde, educação, segurança pública e geração de emprego e renda. o
empréstimo aprovado pelo Banco Mundial, em 2009, por exemplo, o governador
Vilela prometia beneficiar 1,5 milhões de pessoas de baixa renda, estimular o
crescimento sustentável, a geração de emprego e oportunidades de investimentos e
ao mesmo tempo melhorando os serviços públicos em um dos estados mais pobres do
País.
E também o destino, ou seja, como os recursos seriam aplicados. Na
época ele prometia: “Além da capitalização do Fundo Previdenciário, os recursos
disponíveis vão possibilitar a realização de obras importantes: toda a
duplicação da AL-101 Sul (Maceió — Barra de São Miguel); a duplicação da AL-101
Norte (Maceió — Barra de Santo Antônio), a rodovia ribeirinha do Baixo São
Francisco (Penedo a Piranhas), a reforma de todas as delegacias de Maceió,
construção de escolas, quadras poliesportivas e continuidade das obras do Canal
do Sertão-que já tem 75 quilômetros prontos”.
Os recursos do BNDES para o
Programa Emergencial de Financiamento só poderiam ser utilizados para despesas
de capital (planejamento e a execução de obras e a compra de equipamentos). Já o
empréstimo do Banco Mundial, iria beneficiar 1,5 milhão de pessoas de baixa
renda. “Este programa do Banco Mundial é um ponto de inflexão para o Estado. Ele
permitirá os primeiros passos para criar um ambiente de redução da pobreza e
para alcançar nosso pleno potencial de crescimento”, prometia o governador
Vilela.
A duplicação da AL 101 Sul foi concluída, embora para isso o
governo tenha esperado a liberação de recursos federais e tenha “tomado”
empréstimo ao DETRAN de alagoas. Entretanto, a rodovia ribeirinha e a duplicação
da Al 101 Norte não tiveram um metro de asfalto concluído, bem como nenhuma
escola nova, nem quadras poliesportivas, foram feitas.
Quanto ao Canal do
sertão continua sendo construído, porém com verbas do PAC – Programa de
Aceleração do Crescimento. Já as delegacias, nenhuma, seja na capital ou no
interior, teve a sua reforma concluída, assim como os 1,5 milhões de Alagoanos
pobres que seriam beneficiados com projetos de inclusão social, também não foram
atendidos.
Enquanto os índices sociais de Alagoas teimam em permanecer na
estratosfera, o endividamento do Estado só vem aumentando na gestão tucana. Num
Estado pobre e com poucas alternativas de desenvolvimento, o modelo de gestão do
PSDB patina ao deixar a população sem o cumprimento das promessas de
desenvolvimento e sem cumprir o papel de melhorar a condição de vida do povo. As
perspectivas para o futuro são de uma herança política com ainda bem mais
dificuldades para o povo.