tribunahoje //
andrezza tavares
A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) julga no próximo dia 10, se anula ou não o Júri Popular que absolveu o ex-tenente coronel Manoel Francisco Cavalcante de participação na morte de José Gonçalves da Silva Filho, conhecido como cabo Gonçalves. A família da vítima espera que os desembargadores aceitem a apelação do Ministério Público Estadual, “para que se faça Justiça”.
“Como pode um réu confesso ser absolvido por clemência? Só aqui em Alagoas”, declarou Ana Gonçalves, irmã do Cabo Gonçalves acrescentando que continua acreditando na Justiça do Estado. “Esperamos que a Justiça seja feita e que esse bandido seja julgado, condenado e que volte para a cadeia”, desabafou.
Cavalcante, e seu irmão, Marcos Antônio Cavalcante, foram acusados de participação na morte do Cabo Gonçalves e absolvidos em outubro de 2011 pelo Júri Popular.
Ana Gonçalves disse que prisão não trará seu irmão de volta, mas que “a Justiça precisa ser feita”.
O advogado de defesa de Manoel Cavalcante, João Carlos Uchôa, informou que a segunda instância do Ministério Público já deu parecer contrário a anulação do Júri. De acordo com ele, a participação de Cavalcante no crime foi mínima. “Ele [Cavalcante] contou que participou apenas de uma reunião na casa do deputado estadual Antônio Albuquerque [PTdoB] e que, segundo ele [Cavalcante] se manteve cerca de cinco quilômetros de distância do local do crime”, relatou.
Se os desembargadores aceitarem a apelação, o ex-militar voltará ao banco dos réus. Cabo Gonçalves foi morto com 21 tiros, em maio de 1996, enquanto abastecia seu carro no antigo posto Flecha, à época, localizado na entrada do Benedito Bentes.