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Peritos do Instituto de Criminalística realizaram, na manhã desta quinta-feira (4), exames residuográficos nos genitores e em um dos irmãos do menor Edilson Alves da Silva, de 11 anos, morto com um tiro na cabeça no interior de sua residência no município de São José da Laje. O exame foi solicitado pelo delegado Antonio Rosalvo Cardoso após o inicio das investigações sobre o crime que chocou os moradores da cidade.
O disparo que matou a criança teria sido efetuado acidentalmente pela própria mãe do menino, a dona de casa Cleonice Alves da Silva, 44 anos, mas o delegado achou por bem encaminhar também para o exame José Antônio da Silva, 46 anos, e Glacivaldo Alves da Silva, 20 anos, pai e irmão da vítima. Os peritos recolheram de cada um dos examinados quatro amostras, sendo uma do antebraço esquerdo, outra do antebraço direito e das duas mãos.
Segundo o perito Edmundo Andrade, durante o exame residuográfico eles recolhem amostras de substâncias que ficam na pele e que ao serem analisadas podem revelar a presença de micro partículas de chumbo ou pólvora expelido pela arma do crime. Com a autoria do disparo confirmada, o delegado, por meio da prova pericial, poderá indiciar o acusado.
No entanto, para o perito José Veras, neste caso específico, a demora no envio da família para fazer o exame pode atrapalhar nos resultados. O crime aconteceu dia 28 do mês passado e o exame foi realizado exatamente uma semana após o fato. “O ideal é que os suspeitos sejam encaminhados para a realização do exame poucas horas após o disparo, no máximo quatro ou cinco horas depois do crime cometido, pois, com o tempo e vários outros fatores como a limpeza do corpo, essas substâncias podem desaparecer”, explicou Veras.
Ainda bastante abalada com a morte do filho, dona Cleonice alega que estava varrendo a casa enquanto o menino deitado em uma das camas. Quando passou a vassoura embaixo da outra cama, bateu sem querer na espingarda que estava enrolada em vários panos.
“Quando escutei o barulho e vi a fumaça, fiquei assustada e paralisada. Quando olhei, meu filho estava com o rosto todo ensanguentado, então pedi socorro. Eu amo todos os meus filhos e não queria fazer aquilo. Foi um acidente”, explicou, chorando, a dona de casa.
Após o exame, a família foi encaminhada de volta para a Delegacia de São José da Laje. Os peritos informaram que irão voltar a local do crime para fazer o exame de constatação, onde são recolhidos mais vestígios. A arma e os lençóis da cama onde se encontrava a vítima também serão analisados pela equipe do Instituto de Criminalística.