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Religião
14/03/2013 22:41:04

Telegrama de 2003 vazado pelo Wikileaks já citava Bergoglio como papa


Telegrama de 2003 vazado pelo Wikileaks já citava Bergoglio como papa
Papa Francisco

tribunahoje //

uol

 

Documentos secretos da diplomacia dos EUA vazados pelo Wikileaks mencionam o argentino Jorge Mario Bergoglio, escolhido ontem (13.mar.2013) para ser o novo papa, como favorito para o cargo desde 2003. São 8 telegramas publicados pelo Wikileaks que citam Bergoglio. Em dois, ele é apresentado como favorito para ser papa.

 

O telegrama mais antigo é de 11.jul.2003 e já cita o argentino como “papável”. O documento, escrito pela embaixada americana de Tegucigalpa, capital de Honduras, fala sobre discussões a respeito da sucessão de João Paulo 2º. Segundo o relato, havia chances de um latino-americano ser escolhido para sucedê-lo, dado o crescimento do catolicismo na região e o declínio na Europa.

 

A correspondência fala principalmente sobre as chances do cardeal hondurenho Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga se tornar o novo papa. Mas também cita Bergoglio e outros 4 cardeais latino-americanos entre os favoritos (o brasileiro Claudio Hummes, o mexicano Norberto Rivera Carrera e os colombianos Dario Catrillon Hoyos e Alfonso Lopez Trujillo).

 

Documento confidencial escrito em 2003 pela embaixada dos EUA em Tegucigalpa,

Honduras, cita Jorge Mario Bergoglio entre os favoritos para substituir João Paulo 2º.

Outro documento que cita Bergoglio entre os favoritos para papa foi escrito pela embaixada americana no Vaticano em 18.abr.2005, primeiro dia do conclave que escolheria o alemão

Joseph Ratzinger como sucessor de João Paulo 2º.

 

Segundo o telegrama, não era possível saber ainda qual dos cardeais seria eleito. É apresentada então uma lista com perfis dos favoritos, dividida em “italianos”, “outros europeus”, “latino-americanos”, “africanos” e “asiáticos”. Para cada nome, é dada uma biografia com data e local de nascimento e postos ocupados ao longo de suas carreiras na Igreja Católica. No perfil de Bergoglio é feito o seguinte comentário: “Ele fala espanhol, italiano e alemão. Bergoglio exemplifica as virtudes do sábio pastor que muitos eleitores valorizam. Observadores destacam sua humildade”. E também que poderia “contar contra” Bergoglio o fato de pertencer à Ordem Jesuíta, pois alguns integrantes conservadores da Igreja tinham receios quanto ao pensamento liberal dos integrantes desse grupo.

 

Os outros 6 documentos vazados pelo Wikileaks que mencionam Bergoglio foram redigidos pela embaixada americana em Buenos Aires e tratam de assuntos políticos da Argentina.

31.out.2006 – o relato afirma que Bergoglio, então chefe da arquidiocese de Buenos Aires, apoiou a oposição feita pelo bispo Joaquin Pina à tentativa do governador da Província de Misiones, Carlos Rovira, de modificar a constituição local para permitir reeleições indefinidas. A rejeição da emenda foi entendida como uma derrota para o governo Kirchner, que apoiou Rovira publicamente.

 

10.mai.2007 – o documento fala sobre a eleição presidencial e que ainda era necessário saber se o candidato do governo seria Nestor Kirchner ou sua mulher, Cristina. Apresenta também as dificuldades que os governistas poderiam enfrentar, como críticas da Igreja Católica e a participação de Bergoglio na derrota sofrida pelo governo na Província de Misiones. “O governo parece irritado com a aparente preferência do cardeal [Bergoglio] pela oposição neste ano eleitoral”.

 

11.out.2007 – fala sobre a condenação de um padre católico, ex-capelão da polícia de Buenos Aires, por sua participação na “Guerra Suja”(1976-1983), período em que a violência, tortura e desaparecimentos marcaram a ditadura argentina. Diz que o fato poderia prejudicar a Igreja Católica e também a autoridade moral de Bergoglio, que estava aparecendo como líder da oposição ao governo Kirchner.

 

8.abr.2008 – analisa o início do governo de Cristina Kirchner e menciona o nome de Bergoglio para dizer que a nova presidente havia tido uma reunião com ele, “recomeçando o diálogo com o principal clérigo da Igreja Católica na Argentina, que havia sido suspenso por cerca de 3 anos por Nestor Kirchner.”

 

20.mai.2008 – fala sobre a crise econômica argentina e sobre medidas adotadas pelo governo Kirchner para tentar resolver o problema. Diz que a Igreja Católica se incomodou com a decisão do governo de mudar a celebração do 25 de Maio (data histórica argentina) de Buenos Aires para Salta, fazendo com que o cardeal Bergoglio não fosse o responsável pelo sermão do dia (que tendia a ser crítico a Kirchner).

 

26.jan.2010 – relata conversa da embaixadora dos EUA na Argentina, Vilma Socorro Martinez, com a então recém eleita deputada Gabriela Michetti, do partido Propuesta Republicana, opositora do governo Kirchner. “Católica praticante, Michetti mantém diálogo regular com o cardel Jorge Bergoglio e com grupos católicos”.



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