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Estão sobrando vagas no mercado de varejo em Maceió, é o que afirmam lojistas da capital que têm relatado as dificuldades de encontrar profissionais qualificados para atuar nas áreas de atendimento ao cliente. Os lojistas dizem que os currículos até chegam, mas os candidatos acabam não apresentando os requisitos necessários para ficar com a vaga.
Para Michelle de Almeida, gerente de uma loja de artigos em geral, tem sido penosa a procura por pessoas qualificadas para ocupar as duas vagas disponíveis no estabelecimento em que trabalha. Segundo ela, a última vaga foi preenchida depois de quase cinco meses de procura por um profissional.
“As exigências não são muitas, mas é requerido um mínimo de qualificação, como saber se comunicar com os clientes”, relata a gerente. “Os candidatos chegam até a passar em alguns testes ou entrar em período de experiência, mas acabam não sendo contratados”.
De acordo com o presidente da Associação de Lojistas do Maceió Shopping, o empresário Alexsandro dos Santos, há algum tempo os empresários têm procurando mão de obra qualificada, sem êxito.
Alexsandro destaca que essa procura aumentou, principalmente por causa da expansão do comércio varejista por que Maceió está prestes a passar, com a abertura de um novo shopping e o crescimento de grandes lojas.
“Existem muitos currículos e muitas pessoas buscando emprego, mas essas pessoas não apresentam os requisitos mínimos de qualificação que estão sendo exigidos hoje”, explica Alexsandro, ao revelar que há muitas vagas disponíveis nas áreas de venda e atendimento ao cliente.
Ainda segundo o empresário, de um montante de 30 currículos que chegam aos departamentos de recursos humanos das lojas, apenas dois ou três candidatos se enquadram em um perfil considerável para serem chamados para uma entrevista pessoal. “O empresário está sem opção de escolha”, lamenta.
Principais dificuldades
Entre os problemas mais comuns, segundo os empresários, estão a falta de compromisso dos candidatos, o baixo nível de desenvolvimento de interação interpessoal e a pouca habilidade de comunicação, aspectos que consideram indispensáveis para quem espera trabalhar com vendas.
Dados do Senac Maceió mostram que no último trimestre, um total de 25 empresas, que ofereciam 58 vagas na área, recrutaram alunos das turmas dos cursos de vendedor, operador de caixa, operador de supermercado, balconista e atendente.
No mesmo período, o número de profissionais capacitados para trabalhar nessa área do varejo chegou a ultrapassar a marca de 300, o que parece não ter sido suficiente para ajudar os lojistas, que continuam tendo dificuldades para encontrar profissionais em condições de assumir os postos vagos.
De acordo com gerente da área de Gestão e Negócios do Senac, Marcos Monteiro, o número de pessoas que passaram pelos cursos da instituição é relativamente baixo, principalmente, levando em consideração a atual realidade do mercado alagoano.
“Pelo tamanho do mercado local, que está em pleno crescimento, esse número deveria ser muito maior”, explica Monteiro. “As pessoas ainda acham que para ser vendedor não precisam de qualificação, e isso ainda é um problema”.
Para o gerente, o problema é uma questão de visão, que precisa ser superado. “O varejo tem passado por mudanças que exigem muito dos profissionais. Não dá mais para se tornar vendedor sem procurar qualificação adequada”, conclui Monteiro, comentando que já se estuda, inclusive, mudar algumas nomenclaturas nos cursos, para se tornarem mais atrativos.
