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Cidade
28/02/2013 10:07:42

11ª DRP em União: presos vivem amontoados, sem condições de higiene em ambiente isalubre relembrando os calabouços


11ª DRP em União: presos vivem amontoados, sem condições de higiene em ambiente isalubre relembrando os calabouços
O aspecto externo do prédio já demonstra abandono...

A estrutura física do prédio da 11ª Delegacia Regional de União dos Palmares localizada na Rua Hermano Plech no centro da cidade é considerada hoje um retrocesso aos idos da década de 50 do século passado quando as chamadas ‘cadeias’ ainda tinham aspecto de calabouços. Para aqueles que cometem delitos e são confinados como suspeitos, um verdadeiro drama que em muitos casos os levam a se arrepender somente pelo castigo a que são submetidos encarcerados, sem contar com a punição da Justiça, o que os leva, sempre que têm contato com algum jornalista a implorar para ‘pagar’ as penas no presídio.

É uma situação realmente inaceitável para quem tem a infelicidade de por qualquer motivo adentrar as três celas (cada uma de apenas 10 metros quadrados) e ao corredor, cuja população carcerária oscila entre 25 a 35 presos que são acusados dos mais diversos delitos desde a Lei Maria da Penha, infrações de transito, trafico de drogas, anomalias sexuais, roubos e assassinatos. A 11º DRP é, no humor popular, ‘O Cube do Bolinha’ pelo fato de não abrigar mulheres em sua carceragem.

A explicação é bem simples: como os detentos não tomam banho de sol, os acusados de delitos leves passam o dia no corredor junto com os presos correcionais. À noite, todos têm que se colocados nas celas, e como são muitos, a presença feminina pode complicar, pois além de estar em abstinência sexual, alguns detém a anomalia da tara, e por isso estão presos.

Assim, quando uma mulher delinqüe, e é presa, após ser ouvida é imediatamente transferida para a Delegacia Distrital de Santana do Mundaú a 26 quilômetros de União onde em regra existem celas disponíveis. Atualmente, são quatro nestas condições, já que o mesmo Delegado Regional Dr. Valdecks Pereira acumula o cargo de Delegado distrital daquela cidade.

Retornando ao calabouço em União dos Palmares, quando se adentra as celas, logo é percebido um clima frio, chegando mesmo a ser tenebroso. Infiltrações de água, mau cheiro de fezes e urina forte, presos dormindo amontoados no chão sob colchões, fazendo necessidades fisiológicas em garrafas pet – alguns têm o privilegio de dormir em redes – e a situação se agrava quando o preso não é da região. São os outros detentos quem dividem a alimentação com eles.

Semanalmente, uma instituição religiosa visita os detentos, levando mensagens bíblicas, fazendo orações e uma merenda, mas isto é apenas um paliativo. Na verdade, o pagamento inicial para quem vive a margem da lei é penoso. Alguns contraem doenças (atualmente um está em tratamento e visita diariamente o Hospital Regional São Vicente de Paulo que é vizinho à Delegacia).

A fragilidade do prédio é outra preocupação constante para os agentes da policia civil, que se revezam a cada duas horas da noite e exercem o cargo de agentes penitenciários. Há registros de fugas e invasão da Delegacia porque além do número de policiais ser insuficiente, nem todos são treinados para lidar com detentos, o que é pertinente aos agentes penitenciários.

A reportagem fotográfica feita por visitantes e pela própria TRIBUNA UNIÃO dimensiona a gravidade do problema que é visto com cautela pela população mesmo porque os presos da região ficam encarcerados em União, o que leva curiosos a classificar a ‘11ª DRP como um ‘barril de pólvora’. Ainda maior é o temor dos vizinhos da Delegacia, protegida na parte dos fundos apenas por um muro baixo e uma rede de arame já desgastado pelo tempo.

O alojamento dos policiais é pequeno e úmido pela presença de vazamentos da rede hidráulica. A cozinha divide espaço com um sanitário social e o corredor onde ficam as celas. A rede elétrica deixa fios à mostra perigosamente. O mais interessante é que todo este caos é do conhecimento das autoridades e nenhuma providencia foi tomada até agora, o que obriga a população a ‘hospedar’ problema de tamanha gravidade. Até quando, ninguém sabe.

antonioaragão //


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