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Educação
28/02/2013 08:18:14

Descaso com a educação cancela ano letivo de 2012 em seis escolas de Alagoas


Descaso com a educação cancela ano letivo de 2012 em seis escolas de Alagoas
Placa afixada em escola alagoana

correiodealagoas //

 

Um relatório confeccionado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) voltou a constatar o descaso com a Educação por parte do Governo Estadual. Segundo o documento elaborado pela entidade, que contém 14 páginas, as reformas intermináveis realizadas pela Secretaria de Educação causaram prejuízos irreparáveis para um universo de mais de 20 mil alunos, alguns deles inclusive, que perderam o ano letivo de 2012, tendo que começar do zero.

 

No documento a entidade coloca que “diante deste quadro inconcebível, volta a SEE a utilizar a desgastada e velha cantilena para informar à sociedade e aos pais e alunos desesperados e desesperançados que as intermináveis reformas nessas escolas têm “previsão” para terminar em março. Em 2012, um universo entre 20 mil a 30 mil alunos deixaram de assistir aulas devido à falta de planejamento e incompetência administrativa do Governo do Estado e da sua Secretaria de Estado da Educação (SEE)”, trata o dossiê.

 

A nova denúncia do Sinteal, que transborda indignação, é pelo fato da anulação do ano letivo de 2012 para seis escolas estaduais. “Os alunos que estudam nas escolas Bom Conselho, Fernandes Lima, Mirian Marroquim, Vandete de Castro, Adeilsa Oliveira e Virginio de Campos terão que recomeçar o ano letivo. Como já temíamos, e denunciamos o ano letivo de 2012 foi anulado e o prejuízo ficou para o alunado”, disse Consuelo Correia, presidente do Sinteal.

 

Além do cancelamento do ano letivo, rede estadual também sofreu com outros problemas pontuados no relatório, que atingiram alunos, professores e comunidade em geral. “A situação é grave e o prejuízo enorme para os alunos. Encontramos estudantes impedidos de participar de exames seletivos em universidades e institutos federais; professores que trabalham nas redes estadual, municipal e/ou particular obrigados a tirar férias em períodos diferenciados; evasão de alunos com a consequente queda de recursos na área; imposição de “calendários diferenciados” em diversas unidades escolares extensão, e principalmente, incerteza quanto ao ano letivo 2013”, aponta o documento.

 

Outro aspecto levado em consideração pelo Dossiê do Sinteal é o que se relaciona aos riscos à saúde, a exemplo de problemas respiratórios, auditivos, envolvendo todos os “atores” da comunidade escolar em seu dia a dia. “Neste quesito, a nossa pesquisa verificou a existência de uma série de fatores que desencadeiam um leque de situações de risco à saúde, como: restos de metralhas (material descartado de construções) com o inevitável acúmulo de poeira; dependências escolares ainda com forte cheiro da tinta utilizada na pintura; e, ruído de máquinas”.

 

Ainda de acordo com o levantamento do Sinteal, 67 escolas estão com o ano letivo de 2012 ainda em movimento e apenas 17 já concluíram o ano letivo de 2012. Um calendário teria sido feito pela Secretaria de Educação, que apontam que 14 devem terminar até o final de fevereiro – amanhã (28), nove devem terminar em março, 15 em abril, quatro em maio, treze em junho, uma em julho, uma em setembro e uma outubro.

 

“Independentemente desse “calendário”, resta constatar a gravíssima situação a que foi levada a educação pública estadual alagoana, vítima de gestores minimamente comprometidos em dialogar democraticamente com a categoria. A “verticalização” levada a efeito nas decisões atrapalhadas da administração pública gerou uma situação de “caos” que extrapolou as esferas estaduais, repercutindo em nível nacional”, coloca o documento.

ELABORAÇÃO: O relatório do Sinteal já vinha sendo elaborado desde 2011, quando começou os acidentes ocasionados por problemas estruturais em várias escolas do Estado.

 

Este ano, eles resolveram dar continuidade ao documento batizado de “Dossiê da Educação”. O documento foi criado a partir de depoimentos e informações extraídas de pesquisas de campo, com visitas às escolas e conversas com diretores, professores e funcionários de escola, alunos, pais e trabalhadores envolvidos na reforma, nos últimos meses de 2011, no ano de 2012 e início de 2013 e ainda com informações colhidas na imprensa.

 

O Sinteal deve encaminhar este “Dossiê”, para o Ministério Público Estadual, que já investiga essa situação e caos e Controladoria Geral da União em Alagoas, para que possam adquirir e juntar mais subsídios contra a gestão do secretário Adriano Soares à frente da pasta da Educação.

 

“Esperamos que esse documento sirva como prova documental, mas também se torne público para que a sociedade alagoana em geral tome conhecimento da situação de “caos” vivida por centenas de escolas da rede pública estadual, em Maceió e em outros municípios do interior do estado, vítimas da falta de planejamento do Governo do Estado e da Secretaria de Estado da Educação, que, colocaram num estado de risco e de incerteza – completos! – o Ano Letivo 2012, com reflexos negativos a se estenderem pelos meses iniciais do corrente ano, ou até pela não realização do ano letivo 2013 em algumas dessas escolas”, finaliza o documento.



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