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severino carvalho
O prazo para que 36 famílias integrantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
deixem uma fazenda situada na zona rural de Porto Calvo, a 101 km de Maceió,
termina nesta quinta-feira (31). Mas, os ocupantes estão dispostos a resistir à
ordem de despejo emitida pela Vara Agrária. Com 40 hectares de lavouras
plantados, os sem-terra alegam que houve um equívoco da Justiça, ao considerar
que a área invadida faz parte da Fazenda Junco, arrendada a uma usina de
cana-de-açúcar.
“Só porque a Fazenda Martin Afonso, onde estamos, faz
rumo com a Junco, a usina quer ter a posse e o uso, mas isso aqui pertence a
herdeiros”, afirmou o sem-terra Amaro Sebastião da Silva, conhecido como “irmão
Bal”. A área ocupada pelas famílias sem-terra é uma ilha de alimentos (banana,
feijão, milho, macaxeira, abacaxi, melancia) cercada de cana-de-açúcar por todos
os lados.
SOBREVIVÊNCIA
No acampamento vivem 36 famílias da
CPT que cultivam 40 hectares de terra. Muitos estão à espera da “terra
prometida” há mais de dez anos. “O Incra (Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária) não se pronuncia sobre a nossa situação, nem aqui vem”, lamenta
a irmã Cícera Menezes, ligada à Pastoral da Terra.