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Maceió
16/12/2012 23:56:56

O pulsar ao contrário: alagoana tem coração do lado direito


O pulsar ao contrário: alagoana tem coração do lado direito
Bruna é uma menina normal

cadaminuto //

fabyane almeida

 

Ela brinca, corre, pula, estuda e vive muito feliz como uma criança normal, mas Bruna Moreira Albuquerque Ferreira, de 5 anos, está entre a estatística de caso inusitado. Ela tem o coração do lado direito do tórax, assim como todos os outros órgãos também são invertidos.

Com 1 ano e 3 meses a família descobriu que a pequena Bruna Ferreira, tinha condição congênita, mais conhecida pela medicina como Situs Inversus. Apesar de assustar, a garota não tem nenhum problema de saúde em decorrência dessa alteração na localização dos órgãos.

Essa diferença foi identificada pela Avó, Flora Regina Gomes e pela mãe, Monique Moreira Gomes, de 28 anos. De acordo com Monique, no início o medo era muito grande. “Fiquei assustada quando ainda era suspeita que o coração dela batia do lado contrário, até que durante um banho de Bruna minha mãe disse a mesma coisa. Em outra ocasião recebemos a visita do médico, Felipe Omena em nossa casa e pedimos que ele verificasse, após identificar afirmou que tinha 99% de certeza que o coração dela era do lado contrário”, disse.

Bruna, mãe e avó foram orientadas a procurar um médico especialista. “Fomos numa pediatra ela pediu que fosse realizado um ecocardiograma, onde foi possível observar a localização do coração, ficou comprovado que era do lado direito, foi pedido outro exame, um ultrasson que também confirmasse a inversão dos outros órgãos”, disse Monique Gomes.

Condição não é impedimento

O situs inversus é um caso muito raro, é uma anomalia que faz com que a pessoa nasça com o coração do lado direito do tórax, mas essa condição não impede que Bruna faça qualquer atividade. Assim confirma sua pediatra Maria Irene Monteiro, que está na profissão há 23 anos, e cuida de Bruna desde quando ela tinha 1 ano e 3 meses. “Ela nunca vai ter nenhum problema em decorrência disso, os órgãos funcionam completamente normal, a única diferença é que se encontram em lados contrários ao normal”, disse.


De acordo com a pediatra, ela desconhece outro caso de Sistus Inversus aqui em Alagoas. “Bruna veio para uma consulta normal e quando tentei escutar o coração do lado esquerdo não tinha nada e a mãe nunca tinha ouvido também. Essa é uma condição congênita, hereditária muito rara não tem repercussão clínica nenhuma, ou seja, ela não vai ter nenhuma doença em decorrência disso”, afirmou.

A inversão pode ser ainda parcial, quando é apenas a inversão do coração, ou pode ser o Situs Inversus total quando são todos os órgãos, como é o caso da Bruna, que é uma condição ainda mais rara. “A anomalia congênita, um defeito que não trás clinicamente nada, não precisa de tratamento e na grande maioria das vezes as pessoas só descobre na escuta mesmo. Eu nunca tinha visto, essa foi a primeira vez”.

A causa dessa condição é explicada pelo gene recessivo. “É hereditário, os filhos dela por ter ou não, o gene é recessivo, é como olho azul. É importante que as pessoas que estão perto dela saibam da inversão, porque em um caso de acidente isso pode ser perigoso. Ao invés do médico estar apalpando o fígado, está no baço, é tudo trocado”, concluiu a pediatra Irene Monteiro, dizendo que a probabilidade para que a mãe, Monique tenha outro filho com o Sistus Inversus é de 25%.

Caso para estudo

Bruna Ferreira tem orgulho em dizer aos amigos e familiares que é diferente. Em entrevista a equipe de reportagem do CadaMinuto ela afirmou que nunca deixou de fazer nada por conta disso. “Falo para todo mundo que tenho o coração do lado direito”, disse a pequena de apenas 5 anos de idade.

Em um procedimento cirúrgico Bruna teria que ser estudada, pois a anatomia dentro os médicos desconhecem, por não ser comum. “Não foi nenhuma intercorrência durante a gestação, se deu na fecundação mesmo, quando juntou os genes, na fecundação”, finalizou a pediatra Irene Monteiro.

Caso nacional

Um outro caso divulgado recente foi o do adolescente de Ribeirão Preto, São Paulo, que também tem Situs Inversus total. Foi o caso do gêmeo Guilherme Guimarães, de acordo com a entrevista afirmaram que é como se um fosse o reflexo do outro. O médico geneticista João Monteiro de Pina Neto, do Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto, explica que a anomalia é rara e atinge uma a cada 8 mil pessoas aproximadamente.

A mãe dos gêmeos, Gleycelene Couto Guimarães, conta que descobriu a diferença entre os filhos somente após um exame pedido pelo pediatra. “Quando bebês, eu até trocava as mamadeiras, eles eram iguaizinhos. Foi bem depois que ficamos sabendo que o Guilherme tem ‘Situs Inversus’, que quer dizer que foi gerado um espelho do Matheus, com todos os órgãos do lado direito”, explica.

 


 



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