Foi concluído na tarde de ontem o treinamento destinado aos 80 profissionais da segurança pública de Alagoas, entre eles policiais civis, militares e guardas municipais, que atuarão em bases móveis com o objetivo de combater o crack no Estado. Estes profissionais utilizarão as armas não letais, mais conhecidas como tasers, e sprays de pimenta contra usuários da droga, em casos extremos, após o diálogo por meio da intervenção das instituições de saúde e assistência social terem se esgotado.
O coordenador do curso, coronel Fernando Pacheco, explicou que os policiais atuarão nas duas bases móveis que funcionarão nos bairros do Benedito Bentes e do Vergel do Lago. A previsão, segundo ele, é de que no início do ano que vem as bases sejam inauguradas.
“Estamos aguardando o fim das licitações para a aquisição dos ônibus onde funcionarão as bases para efetivamente dar início ao Plano Crack é Possível Vencer, programa do governo federal”, informou Pacheco.
Na tarde de ontem, 53 policiais participaram do treinamento - 27 já tinham concluído o curso em julho. Porém, o coordenador do curso avisou que o treinamento não para por aqui. De acordo com ele, a capacitação será realizada semestralmente.
O instrutor do curso, tenente Nyron, disse que a pistola provoca apenas um efeito incapacitante na pessoa, isto é, entra na camada superficial da pele. O gatilho aciona um sistema de ar comprimido, que impulsiona o lançamento de dois dardos. Conectados à pistola por fios metálicos, os dardos podem atingir um alvo a quase 11 metros de distância.
Descarga elétrica
Os dardos penetram 2,5 cm na pele e transmitem descargas elétricas de até 4.200 mil volts, porém com baixa corrente em contato com o alvo. Essas ondas eletromagnéticas atuam no sistema nervoso central e interrompem os sinais que o cérebro emite para o corpo. A pessoa atingida fica, então, paralisada durante alguns segundos.
O Estado de Alagoas recebeu as 100 armas de choque e spray de pimenta, no dia 13 passado. O Ministério da Justiça voltou a reforçar que o objetivo das armas não letais não é de ataque, mas sim de defesa. A atitude está prevista em tratados internacionais, que defendem o escalonamento do uso da força pelas polícias.
12 Estados aderiram ao programa contra o crack, são eles: Acre, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.