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Por falta de médicos-infectologistas, a direção do Hospital Escola Hélvio Auto, ligado à Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), anunciou que estaria suspendendo o atendimento aos novos pacientes que surgirem interessados no acompanhamento do vírus do HIV. Em entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (13), a reitura da Uncisal, Rosângela Fernandes, explicou que o pronto-atendimento no ambulatório do hospital referência continuará sendo feito, mas o tratamento não.
Segundo ela, pelo menos três fatores impedem que os portadores do vírus da Aids sejam acompanhados no Hélvio Auto. O primeiro e principal é a quantidade de profissionais especializados e do corpo. Ainda há déficit de corpo técnico e de estrutura do ambulatório de atendimetno a portadores de HIV e Hepatites.
“O ambulatório foi construído com verba federal, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, mas a manutenção de pessoal é de inteira responsabilidade da Uncisal. Atualmente, ele tem funcionado e absorve 70% do atendimento aos pacientes dessas patologias. Com a quantidade pequena de infectologistas as urgências e emergências vão continuar sendo feitas no hospital. Entretanto, vamos interromper as primeiras consultas dos pacientes novos”, explicou a reitora.
Ainda conforme os argumentos apresentados por Rosângela Fernandes, a ampliação do espaço destinado aos portadores de HIV e Hepatites já deveria ter sido feita. Porém, na opinião dela, esse não seria o fator fundamental que motivou a interrupção momentânea do atendimento aos novos pacientes. “Precisamos realizar concurso público urgente. Não conseguimos preencher a quantidade de vagas disponíveis para novos médicos por meio do Processo Seletivo Simplificado”, alegou.
A coordenadora do Serviço de Assistência Especializado do Hélvio Auto, Mardejane Lemos, há um déficit de mais de 50% de médicos na unidade. Atualmente, segundo ela informou, são feitos 1.600 atendimentos a pacientes portadores do vírus da Aids e mais 600 de hepatites. Ela informa que a capacidade seria de 600 consultas. Sete infectologistas atendem no Hélvio Auto, com carga horária de 20 horas semanais e com salário perto de R$ 2 mil. A unidade é referência no tratamento para essas doenças e é o único que interna. O Hospital Universitário e o Pan Salgadinho também atendem os pacientes, mas sem o acompanhamento.