Mais de 60 integrantes da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), do NI (Núcleo de Inteligência), Serb (Seção de Combate a Roubo a Banco), Tático Integrado de Grupos de Resgates Especiais (TIGRE), Asfixia da Polícia Civil, e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar participaram, nesta segunda-feira (12), da operação “Plagiato”, realizada para combater adulteração e clonagem de veículos, roubo, assalto, tráfico de drogas e armas, que atuava no agreste e sertão de Alagoas.
O resultado da operação foi apresentado durante coletiva, que contou com as presenças da delegada Maria Angelita (Serb), diretor do Diretoria de Polícia Judiciária da Área 1 (DPJA 1), Robervaldo Davino e do diretor do DPJA-2, Flávio Saraiva.
O trabalho, coordenado pelas delegadas Ana Luiza Nogueira, diretora da Deic e Maria Angelita , mobilizou ainda 15 viaturas e um helicóptero. A operação foi desencadeada após três meses de investigações pelos policiais da Deic, para apurar a atuação da Organização Criminosa (ORCRIM).
Durante o dia de ontem, oito pessoas foram presas em Alagoas: Isaac Lindemberg Bezerra de Oliviera, 29 - receptador; Luis Felipe Teixeira de Almeida, 30 – indiciado por roubo a banco e falsificação de documentos; Djalma Vital de Oliveira, 48 - receptador; Wellington Thiago de Silva, 23 – receptador e captador de compradores; Remy Mendes Costa, 39 – líder do bando, com passagem pela polícia por receptação, era considerado articulador da quadrilha; Wslan de Oliveira Santos, 29 – “Zinho”, dono de oficina em Arapiraca, que adulterava os veículos;
Erivaldo Sebastião da Conceição, 30 – “Eri” – receptador e tráfico de drogas e Nayara Santos da Silva, 24 – teve notebook apreendido contendo arquivo para produção de documentos falsos.
A quadrilha era composta ainda pelo sergipano Giovanni, conhecido como “Orelha” que já se encontra preso pela polícia de Sergipe na cidade de Itabaiana. Com ele, nove pessoas foram presas no total.
Segundo Maria Angelita, a prisão do “Orelha” foi possível pela troca de informações com a Polícia Civil de Sergipe. A quadrilha era bem estruturada e cada integrante tinha uma função definida, o que traz indícios de crime organizado. “Cada um tinha uma função específica dentro da quadrilha, a intenção era a prática de adulteração veicular, para isso eles usavam recursos tecnológicos para a falsificação dos documentos e eram especialistas em falsificar chassis”, informou.
Maria Angelita afirmou ainda que, com as prisões fica claro o modo como eles roubavam veículos, fabricavam documentos, esquentavam os carros e revendiam.
“Eles são de alta periculosidade e não respeitaram sequer a viatura do Bope, que foi recebida a tiros” frisou a delegada.
Djalma Vital e seu filho Isaac Lindemberg resistiram à prisão, atiraram nos policiais militares e foram autuados em flagrante por tentativa de homicídio.
Na ação policial foram apreendidos oito veículos, três motos, cerca de R$ 4.000 em espécie e mais de R$ 70.000 em cheques, algumas carteiras de trabalho, aparelhos celular, cartões de crédito, câmera fotográfica, um revolver, munição e um notebook, que era usado para produzir documentos veiculares falsos.
“Conseguimos inclusive apreender um veículo I 30, importado, de propriedade da Nayara, que não tem renda fixa, o que levantou suspeitas. Eles eram especialistas em falsificação, tendo até documentos em branco, produzido em papel muito semelhante ao verdadeiro”, esclareceu.
Na coletiva a delegada agradeceu o apoio recebido pelos diretores Flavio Saraiva e Robervaldo Davino, que colaboraram para a operação, dentro da filosofia de ações integradas. Como também a parceria com a Polícia Militar de Alagoas e Civil de Sergipe.
De acordo com ela, as prisões realizadas pela “Plagiato”, foram importantes para desarticular mais uma ORCRIM, ressaltando que o trabalho de inteligência vai continuar.
“As investigações não param por aqui, poderemos ter em breve outros desdobramentos”, concluiu.
A operação cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. Os acusados foram ouvidos na Deic e serão encaminhados para a Casa de Custódia da Polícia Civil.