Vereadores afastam do cargo prefeita Ciçou, da Barra de Santo Antônio

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Em sessão ordinária no final da manhã desta quinta-feira (18), a Câmara de Vereadores da Barra de Santo Antônio decidiu pelo afastamento da prefeita do município, Maria Cícera Mendonça Casado, também conhecida como Ciçou. Por cinco votos a zero, Ciçou foi afastada do cargo pelo prazo de 90 dias. O motivo é uma série de irregularidades encontradas em sua gestão, segundo os vereadores, relativas ao superfaturamento em compras de merenda, medicamentos e na realização de shows, até o atraso no pagamento de salários aos servidores.

Com o afastamento, o vice Carlos Alexandre Pereira Lins assume automaticamente a prefeitura. Segundo Marcos Rios, as informações são de que Maria Cícera culpa seu secretariado pelas irregularidades.

No dia 8 de outubro, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) protocolou uma denúncia na Câmara de Vereadores, a qual acusava o atraso nos salários do mês de agosto e setembro. Após uma análise minuciosa e seu posterior acatamento, a denúncia culminou no afastamento de Maria Cícera.

De acordo com o primeiro secretário da Câmara Municipal, Marcos Rios, ao saber o teor da pauta da sessão de hoje, Ciçou passou mal e precisou ser conduzida a um hospital em Maceió. Pelo menos foi isso que ficaram sabendo os vereadores quando chegaram à sede da prefeitura para protocolar o seu afastamento.

Prefeita alega que afastamento é golpe político

Ao Tudo Na Hora, o advogado de Maria Cícera, Jadson Coutinho, disse que “ela nunca foi intimada para nenhum procedimento da Câmara”, e está em Maceió para compromissos pré-agendados em seu gabinete. “Não tenho dúvida que o TJ vai reparar isso assim que for protocolado. Ela não responde a processo de cassação nenhum. E não se sabe de onde veio essa acusação”, observou.

“É um golpe montado pelo vice-prefeito. Vamos recorrer. Quero que se faça justiça”, alegou a prefeita afastada ao TNH.

Na eleição deste ano, Ciçou não conseguiu se reeleger, ficando na terceira posição, com 25% dos votos válidos.

Denúncias

Outra irregularidade identificada pelos vereadores foi o superfaturamento na contratação de shows às empresas MC Produções e Eventos Ltda. e ASS Companhia de Eventos Ltda. “No período referente ao carnaval e ao São João de 2010, foram gastos cerca de R$ 630 mil em shows contratados sem processo licitatório”, ressaltou Marcos Rios.

Além disso, segundo o presidente da Câmara, Márcio Bonfim Alves, entre as irregularidades estão nomes "fantasmas" na folha de pagamento, superfaturamento nas compras da merenda e medicamentos, além de dez meses sem reajuste salarial aos médicos.

De acordo com o vereador Marcos Rios, na sessão, que durou cerca de duas horas, estiveram presentes mais de 150 servidores da Educação, gritando pelo afastamento da prefeita.

Na sessão, uma Comissão Processante de Inquérito foi instaurada e Ciçou pode, ainda, ter seu mandato cassado e ficar inelegível durante oito anos. O processo investigatório tem prazo de 90 dias para ser concluído e tem como presidente o vereador Cuca e como relator o vereador Ricardo Barbosa. 

Vereadores acusam prefeita de tentar suborno

Antes da sessão ser iniciada, os vereadores registraram uma tentativa de suborno, quando, segundo Marcos Rios, o secretário de Finanças do município, Lindomar Figueiredo, tentou repassar quatro cheques no valor de R$ 29 mil cada, a fim de evitar o afastamento da prefeita.