Clima eleitoral em municípios de Alagoas é preocupante

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carla serqueira

Alagoas é o Estado mais violento do País. A terra dos marechais é também palco histórico de conflitos sangrentos motivados pela disputa política. O efetivo policial não chega a dez mil homens. São mais de 300 pessoas para cada PM Estado afora.

Em mais de 20 municípios, os juízes eleitorais ligaram o alerta há semanas. Estão preocupados com a possibilidade de a “festa democrática” descambar para a ilegalidade, com o registro de crimes nas delegacias. A compra de voto desafia as autoridades. E para completar, em algumas cidades, a caça ao voto revela tramas gravadas em vídeo e áudio que aumentam ainda mais a sensação de insegurança, às vésperas do dia da votação. Em uma semana, o eleitor irá às urnas. E desta vez, com menos proteção.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu no último dia 25 negar o envio de tropas federais para dez municípios alagoanos. Muitos são cidades que, ao longo dos anos, registraram mortes, consequência de embates alimentados pela ganância de manter famílias tradicionais no controle das prefeituras, consideradas por muita gente a “galinha dos ovos de ouro”, com milhões depositados todos os anos em suas contas, tanto pelo governo federal como pelo governo estadual.

A negativa do TSE vai de encontro à própria postura da instituição. Desde 2000, Alagoas requisita e recebe o reforço do Exército para garantir a tranquilidade no exercício do voto. Na quinta-feira passada, duas outras cidades de Alagoas tiveram os pedidos negados pelo TSE.