O clima em Alagoas está pegando fogo e isso não se deve apenas ao início da primavera nordestina, muito mais pela aproximação da definição das eleições municipais. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL), assim como o próprio Superior Eleitoral, estão de olho nessas tensões.No olho do furacão está o eleitor que se sente acuado, porém se depender do comandante geral da Polícia Militar de Alagoas, coronel Dimas Cavalcante, o cidadão deve votar sem pressões ou preocupações com birras eleitoreiras.
Coronel Dimas recebeu nossa reportagem e manifestou sua preocupação com os embates eleitorais no interior do Estado, em particular, Traipu, União dos Palmares e Senador Rui Palmeira. O comandante está atento aos acontecimentos que têm movimentado a vida política nos demais municípios, entretanto, ele garante que a ‘briosa’ está pronta para assegurar a tranquilidade no pleito.
Tribuna Idependente - Dimas Cavalcante - A Polícia Militar está preparada para as eleições deste ano. Nós estamos com nosso planejamento pronto. Vamos apresentá-lo a todos os oficiais envolvidos no pleito esta semana, como também vamos levar esse planejamento ao TRE/AL. A Polícia Militar está habituada a fazer este serviço há quase 200 anos. Temos uma experiência muito larga nesse sentido. Lógico que cada ano há situações diferentes. O pleito eleitoral municipal realmente envolve muitas ‘paixões’, emoção, são disputas acirradas, as pessoas estão muito próximas.
T.I. - Existe preocupação mais acentuada com algum município alagoano, em virtude das tensões eleitorais mais ríspidas?
Dimas Cavalcante - Temos, sim, claro. Principalmente naqueles municípios que têm um histórico de violência envolvendo os crimes eleitorais. Algumas pessoas responsáveis por esse acirramento são até conhecidas de todos nós. E continuam mesmo assim sendo eleitas, mas faz parte do processo. É natural. Até por que vai chegar a um ponto que os eleitores vão perceber que essas pessoas, com histórico de violência, não podem estar representando-as.
T.I. - E nos demais?
Dimas Cavalcante - Os municípios maiores também nos preocupam. Maceió, por sua proporção, pelo número de eleitores; Arapiraca, também pelo mesmo motivo.
T.I. - Como o sr. encara a ajuda das forças federais no Estado de Alagoas. É um constrangimento ou toda a ajuda é bem-vinda mesmo?
Dimas Cavalcante - Qualquer um que venha para contribuir é bem-vindo. A Polícia Militar não tem qualquer tipo de problema em trabalhar em conjunto com as tropas federais. Muito por que há alegações de que a tropa estadual, a PM, não tem efetivo para manter a segurança do pleito. Na minha opinião, estamos preparados para fazê-lo. Mas se o juiz eleitoral corroborar com isso e o Tribunal Regional Eleitoral [TRE] e o Tribunal Superior Eleitoral [TSE] aprovarem, tudo bem.
T.I. - Quantos homens serão deslocados para a segurança do pleito?
Dimas Cavalcante - Todo o efetivo será voltado para a segurança do pleito. Neste período não vamos conceder férias. As licenças-prêmio também serão canceladas e só as concederemos depois. Toda parte administrativa nossa estará envolvida. Salvo apenas casos de licenças médicas. Aproximadamente 7 mil e 200 homens farão a segurança da população no dia da eleição.