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Educação
12/09/2012 11:41:20

Professores da Ufal definem nesta quarta sobre fim da greve


Professores da Ufal definem nesta quarta sobre fim da greve
Maceió UFAL

gazetaweb //

 

Em um clima ambíguo de cansaço e, ao mesmo tempo, fortalecimento político, os cerca de 1,6 mil professores da Universidade Federal de Alagoas devem decidir, nesta quarta-feira (12), se darão continuidade à greve ou se suspenderão o movimento, retomando os trabalhos a partir da próxima segunda-feira, 17. A assembleia acontece no auditório da reitoria, localizado no bairro Tabuleiro do Martins, em Maceió.

O vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), Ailton Falcão, relata que a principal reivindicação - que trata da implantação de um Plano de Carreiras que permita aos professores uma progressão considerada justa - não foi atendida pelo governo federal.

“Esse Plano de Carreira, prometido em 2011 e que deveria passar a vigorar até 2013, não foi cumprido. É o maior avanço que a categoria poderia ter em termos de qualidade salarial e de vida, porque toda a nossa carreira está nele contemplada”, explicou Falcão. “Nossa carreira é esdrúxula, tem começo e meio, mas não tem fim. Você chega no patamar adjunto e não consegue mais ser associado ou titular, devido à exigência de uma titulação. O governo nos enganou, agindo de forma irresponsável”, emendou.

A greve - que já dura 118 dias - evidencia ainda outro impasse: qual a entidade que, de fato, representa a categoria. “Acontece que a presidente assinou um acordo com um sindicato que não representa sequer 10% dos docentes das federais do País”, destacou Ailton Falcão, referindo-se ao Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes).

Orientados por outro órgão, o Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (ANDES), os professores, em sua maioria, haviam decidido dar continuidade à paralisação, mesmo após a formalização do dito acordo que pôs fim à greve em apenas sete instituições federais. Entretanto, segundo Falcão, a longevidade da mobilização e a ausência de avanço nas discussões com o governo fizeram com que o próprio Andes enviasse um comunicado, externando ‘certa fragilidade’ do movimento.

“O quadro demonstrava que 14 mantiveram a greve e 14 saíram, e as demais planejam uma saída unificada. Eles recomendam a continuidade da greve, mas expõem toda essa situação”, complementou o sindicalista. “Mas assembleia é soberana. Nunca sabemos o que pode acontecer. Vamos analisar com frieza toda a situação, avaliando se há fôlego para seguir ou não com o movimento”.

Reorganização política e luta no congresso

Para o professor Ailton Falcão, mesmo que os servidores optem pelo fim da greve, haverá um saldo positivo: a reorganização da categoria. “O maior ganho na greve foi o ganho político, porque a categoria conseguiu se reorganizar, após os governos Lula e FHC terem destruído os movimentos sindicais. No entanto, não houve nenhum ganho financeiro”, afirmou.

A alternativa, caso o fim da greve se confirme, é pressionar os deputados federais para a aprovação do Projeto de Lei 4368, de 2012, que dispõe sobre o reajuste salarial e estabelece novas regras para ingresso e desenvolvimento de carreira. “Teremos de aguardar o fim das eleições municipais, porque agora o Congresso está esvaziado”, pontuou.

Calendário do ano letivo

As discussões sobre o fim da greve também enveredam para uma reorganização do calendário letivo. De acordo com o professor, a volta aos trabalhos deve vir acompanhada de uma recomposição de aulas, apesar de ainda não haver previsão para se normalizar o calendário.

“Surgiu a proposta da perda do semestre, mas acredito que essa ideia não vai passar porque não queremos prejudicar o aluno. Cronologicamente haverá a perda de semestre, sim, porque quem ia se formar em julho agora deverá concluir o curso somente em janeiro ou fevereiro”, explicou Falcão.

“Por isso, acreditamos que o calendário só será normalizado em 2013 ou em 2014. Até lá, os cursos deverão seguir em ritmo 'meio atrapalhado'", emendou o sindicalista, destacando que, em resposta à promessa de repor às aulas, não houve corte nos salários dos professores.


 



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