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jobson barros e wanessa oliveira
A polêmica sobre o local para a realização de exames de corpo de delito alcançou o estopim, segundo os médicos, nessa segunda-feira (10), motivo pelo qual os profissionais já planejam paralisar as atividades no Estado a partir da próxima terça-feira, 18. Isso porque o Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) decidiu que os exames devem ser feitos em uma sala cedida pelo comando da Polícia Militar, mas os médicos alegam que a decisão fere a lei e reivindicam outro espaço para a realização do procedimento.
De acordo com o presidente do sindicato dos médicos, Wellington Galvão, o artigo 95 do código de ética proíbe os médicos de executarem este tipo de trabalho no interior de delegacias e presídios. “Nós nos reunimos e decidimos que não podemos fazer o exame no quartel da PM porque isso fere o código”, explicou.
Os médicos também reivindicam do Estado um prédio apropriado para o procedimento. “Comunicamos a decisão ao juiz Maurício Brêda, que foi muito atencioso. Sabemos que ele está procurando melhorar a situação, mas isso vai de encontro à lei. E, de qualquer forma, encontrar esse lugar adequado é uma responsabilidade do Estado, não da Justiça”, pontuou o sindicalista.
Entretanto, segundo Galvão, na próxima segunda-feira haverá uma nova reunião com integrantes do Tribunal de Justiça. Caso não haja uma solução, os médicos de todas as especialidades deverão entrar em greve. “Este problema, associado a vários outros, acabou nos levando ao estado de greve e poderá fazer com que paralisemos os serviços de vez”, destacou.
Os exames periciais, que já foram feitos no Instituto Médico Legal (IML) e no Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), passaram a ser realizados no Hospital Sanatório, no bairro do Farol, pela manhã e à tarde. “No turno da noite não há estrututa”, reforçou Wellington Galvão.
Ainda segundo o presidente do Sinmed, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) havia disponibilizado um prédio, o CCBI, situado na Praça da Faculdade, no Prado, para a realização dos exames. “Acontece que, mesmo com o prédio, o Estado até agora sequer iniciou as reformas, que tinham 20 dias como prazo”.
Além das melhorias estruturais, os médicos pedem reajuste salarial, gratificação e melhores condições de trabalho.