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reneé le campion
O juiz da Comarca de Anadia, Helestron Costa, decidiu pronunciar como réus pelo assassinato do médico e vereador Luiz Ferreira a prefeita afastada do município de Anadia, Sânia Tereza Barros, o seu marido, Alessander Barros, e outros cinco acusados de envolvimento no crime, ocorrido há um ano. Conforme a decisão do magistrado, que deve ser publicada no Diário Oficial de Justiça desta terça-feira (11), os seis irão a júri popular.
De acordo com o juiz, a decisão não pode ser detalhada porque o processo corre em segredo de Justiça. Entretanto, Helestron Costa revelou ao Tudo Na Hora que apenas o policial militar Cláudio Magalhães, que teve a prisão relaxada em maio deste ano, não irá responder pelo crime.
Cláudio Magalhães foi apontado pela polícia e pelo Ministério Público Estadual (MPE) como um dos autores materiais da execução. Contudo, imagens comprovaram que o policial permaneceu em casa no dia do crime. Com o álibi, a 17ª Vara Criminal da Capital concedeu a liberdade provisória de Cláudio.
Além de Sânia e o marido, irão a júri popular: Ewerton Santos Almeida, o “Cruel", Tiago dos Santos Campos, Adailton Ferreira e Walemberg Wanderson Torres, que continua foragido.
O crime, as acusações e a denúncia do MP
O médico, professor e vereador foi executado com 13 tiros, numa emboscada em que os criminosos simularam a situação de uma pessoa passando mal na estrada e ele, na condição de cidadão e profissional, parou o carro para prestar socorro. Foi executado antes de sair do veículo.
O crime aconteceu no dia 3 de setembro de 2011, após a vítima ter participado de um programa de rádio, em Maribondo, em que anunciara que seria candidato a prefeito de Anadia nas eleições.
O inquérito policial, feito por três delegados, apresentou provas de que se tratou de um crime com motivação política e acusou como mandante a então prefeita de Anadia, Sânia Teresa Barros e mais seis pessoas. Entre estas, Alessander Barros, marido dela, e seu primo, Cláudio Magalhães, sargento da Polícia Militar. Os sete foram denunciados pelo Ministério Público como autores materiais e intelectuais do crime.
Dos sete inicialmente acusados pelo crime, seis foram presos: Ewerton Santos Almeida, o “Cruel”; Tiago dos Santos Campos; Adailton Ferreira; o policial militar Cláudio Magalhães; além da ex-prefeita de Anadia, Sânia Tereza Barros, e seu esposo, Alessander Barros, ambos tidos como mandantes. Apontado por alguns dos acusados como o homem que disparou os 13 tiros que mataram Luiz Ferreira, Walemberg Wanderson Torres continua foragido.
O policial Cláudio Magalhães, que foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como autor material do crime, teve sua prisão relaxada pela Justiça no dia 18 de maio e deixou o Fórum do Barro Duro em liberdade provisória. À época, os juízes da 17ª Vara entenderam que os álibis do acusado foram confirmados: novas imagens provaram que Cláudio Magalhães ficou em casa durante o dia do crime. A defesa dos demais acusados embasou o pedido de soltura na "fragilidade dos indícios" do crime.