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victor avner
Marcos Santos (PTB), prefeito afastado de Traipu, vai a julgamento por fraude em licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) marcou para o próximo mês a sessão para julgar uma ação penal contra o político. Os crimes foram descobertos na Operação Carranca, de 2007.
O julgamento acontece na sessão plenária do dia 12 de setembro. Na segunda-feira (20), o desembargador federal Edilson Pereira Nobre concluiu a revisão do processo e pediu a inclusão do caso na pauta da Corte. Este será o primeiro julgamento de Marcos Santos em função de operações da Polícia Federal (PF).
Além do prefeito afastado, também são réus o ex-secretário de Obras, Júlio de Freitas Machado, o ex-secretário de Administração, Francisco Carlos Albuquerque dos Santos, e o filho de Marcos Santos, o engenheiro Marcos Douglas. Eurípedes Marinho dos Santos e Álbson Pimentel Cavalcante também foram denunciados.
O grupo é acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, fraude à licitação com agravantes e lavagem de dinheiro. Os crimes totalizam 52 anos de prisão. Somente Marcos Santos pode pegar até 40 anos de prisão, em regime fechado. Se condenado, o prefeito afastado também fica enquadrado na Lei da Ficha Limpa e não poderá disputar as eleições.
A Operação Carranca foi deflagrada em novembro de 2007. O objetivo era dar fim a uma quadrilha especializada em fraudar licitações de obras públicas. O esquema pode ter desviado cerca de R$ 20 milhões do erário. Os recursos tinham origem em diversos convênios com o governo federal.
NOVO PROCESSO
Na quarta-feira (22), o pleno do TRF5 aceitou nova denúncia contra o prefeito. Trata-se de outra investigação da Polícia Federal, decorrente das diversas operações realizadas no município. Com o recebimento da denúncia, o prefeito afastado passa a figurar como réu em mais uma ação penal.
A gestão de Marcos Santos foi alvo de quatro operações federais, em apenas cinco anos: Carranca, em 2007; Caetés, em 2010; Mascotch, em 2011; e, a última, Tabanga, no ano passado. Em 2005, o político foi preso na Operação Gabiru. O ponto comum das operações é o desvio de recursos públicos.
Câmara quer suspender liminar que proíbe cassação de Julliany
Os vereadores de Traipu querem derrubar uma liminar que proíbe a abertura de processo de cassação contra Julliany Machado (PTB). A vice-prefeita de Traipu está sendo investigada na Câmara Municipal por irregularidades em sua gestão.
A procuradoria do Legislativo ajuizou na semana passada um pedido de suspensão de liminar no Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ/AL). O recurso é analisado pelo desembargador Sebastião Costa Filho, presidente da Corte.
Na quarta-feira (23), o desembargador solicitou esclarecimentos ao juiz Maurício Brêda, da Vara do Único Ofício de Traipu. O magistrado é o responsável pela liminar que proíbe a cassação de Julliany e até mesmo continuidade das investigações na Câmara.
Em seguida, a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) deve emitir parecer sobre o caso. Costa Filho deve emitir uma decisão já na próxima semana. A suspensão de liminar, contudo, é uma medida adotada apenas em casos excepcionais.
CASSAÇÃO
A Comissão Processante para investigar a vice-prefeita foi criada no fim de março. Os vereadores haviam recebido denúncia de um cidadão local informando “infrações político-administrativas” de Julliany.
Os advogados da vice-prefeita deram entrada em um mandado de segurança para impedir a continuidade das investigações e uma possível cassação. O juiz Maurício Brêda concedeu o pedido no começo deste mês.