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Alagoas
23/08/2012 20:37:48

Em nota, sem-terra lamentam tumulto durante visita de Dilma


Em nota, sem-terra lamentam tumulto durante visita de Dilma
Desembargador Sebastião costa Presidente do TJ

tribunahoje //

nigel santana

 

Em nota enviada ao desembargador e presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Sebastião Costa Filho, os trabalhadores dos Movimentos Agrários do Estado de Alagoas lamentaram o ocorrido quando a presidente Dilma Rousseff esteve no Estado no último dia 17 de agosto.

 

O presidente da Corte ainda não se manifestou sobre a carta enviada pelo movimento.

 

Íntegra da nota

 

 Em virtude do lamentável incidente ocorrido no dia 17 de agosto, quando as trabalhadoras e trabalhadores acompanhados pelos movimentos de lata pela terra e reforma agrária em Alagoas - foram dispersos pelo BOPE. com uso de bala de borracha e de bombas - envolvendo o veículo que transportava Vossa Excelência, acompanhado com alguns desembargadores, vimos nos retratar e desculpar-nos.

 

Reconhecemos que Vossa Excelência tem tratado a questão da reforma agrária com atenção e empenho desde a época que assumia a função de desembargador corregedor, quando apurou as irregularidades no cartório de Murici e opinou pela substituição da titular do cartório.

 

Na condição de desembargador presidente tem atuado com firmeza e sensibilidade social para atenuar os conflitos agrários no estado, tornando-se um interlocutor essencial para evitar derramamento de sangue e preservar os direitos das famílias sem terra.

 

A Reforma Agrária é uma política do governo federal para diminuir as desigualdades e o sofrimento de milhares de homens, mulheres e crianças que tem nesta política de Estado a única condição para almejarem a dignidade humana. A Reforma Aerária é uma dívida social do governo brasileiro.

Vossa excelência tem acompanhado de perto a morosidade do Estado Brasileiro em promover a Reforma Agrária e a opção por uma política de migalhas para os pobres, sem alterar as estruturas coloniais das capitanias hereditárias.

 

Lamentamos o acontecido com o veículo do Tribunal de Justiça e esperamos que não seja caracterizado como uma ação contra o Poder Judiciário e, muito menos, contra Vossa Excelência. Apostamos na continuidade do diálogo por conhecer a vossa grandeza e a sensibilidade com as vidas dos mais fragilizados e historicamente excluídos do direito a terra.

 

Por fim. queremos esclarecer alguns pontos para contribuir na leitura do ocorrido não como um todo, mas como parte de uma situação criada pela assessoria da Presidência da República:- No dia 16 de agosto, atendendo solicitação da presidenta da CUT Amélia Fernandes, as coordenações dos movimentos do campo, reuniram-se com os assessores da Presidência da República, entre eles José Claudenor Vermohlen (Zeca), para discutir à respeito da participação durante a visita da presidenta Dilma para a inauguração da fábrica da Brasken, em Marechal Deodoro;

- Fornos informados que os manifestantes ficariam à 300m de distância da presidenta e de seus convidados;

- Chegando ao trevo que dá acesso ao pólo, cerca de 10 km de distância do local do evento, fomos abordados pela Polícia Militar de Alagoas, que impediu o acesso ao local definido pela assessoria da presidência; 

- Entrando em contato com o assessor da presidência, José Claudenor Vermohlen, informamos que fomos impedidos de chegar ao local pelo aparato policial, e o mesmo nos informou que a ordem do bloqueio partiu do Governo do Estado de Alagoas. Em contato telefónico com secretário do gabinete civil, Álvaro Machado, alegou-se que a ordem de não permitir o acesso veio da Presidência da República; 

 

- A interdição da rodovia, era simplesmente para garantir o acesso ao local e a entrega da pauta de reivindicação dos movimentos do campo; 

 

- Ainda em processo de negociação, chega o Bope disparando balas de borrachas e bombas de efeito moral, numa verdadeira ação de guerra contra cerca de 250 trabalhadores, incluindo crianças, idosos e unia gestante. 

 

Maceió. 20 de agosto de 2012. 

MST, CPT: MTL e MLST


 



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