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O Supremo Tribunal de Justiça determinou o retorno de Julliany Machado à Prefeitura de Traipu, distante 178 km de Maceió. O ministro Ari Pargendler deferiu, nesta sexta-feira (27), o pedido de suspensão da liminar que impedia que Julliany, afastada do cargo de prefeita por ser alvo de uma ação de improbidade administrativa, reassumisse a função no período de 180 dias.
A nora de Marcos Santos, prefeito afastado e acusado de praticar uma série de atos de improbidade administrativa em Traipu, retomou ontem o cargo que era ocupado por Conceição Tavares, presidente da Câmara de Vereadores, desde o dia 11 deste mês. A defesa de Julliany Machado já havia impetrado um agravo instrumental no Tribunal de Justiça na tentativa de reassumir a Prefeitura, mas a solicitação foi negada.
Entretanto, para o ministro Ari Pargendler, o pedido de suspensão da liminar é válido. Em sua decisão, ele ressalta a natural demora na instrução da ação e ainda diz que “desprovido de fundamento, o afastamento pode constituir uma indevida interferência do Poder Judiciário, causando instabilidade política”.
A defesa, por sua vez, alegou que não existe a indicação de qualquer fato concreto que demonstre a intenção de Julliany Machado em prejudicar ou interferir na colheita de provas e na investigação, por isso não há razão para que ela esteja afastada.
“Meu sentimento é de repúdio”, diz Conceição Tavares
Insatisfeita, Conceição Tavares disse que se sente impotente diante da decisão. Ela ainda afirmou que a política praticada por Marcos Santos é “nojenta”.
“Eu me sinto impotente diante dos desmandos que acontece em nosso município e das decisões que essa administração [de Marcos Santos] tomou, e fez sangrar os nossos cofres públicos. As vítimas são as crianças, nossa gente, nosso povo”, lamentou.
Transição de cargo gera confusão
Após reassumir a Prefeitura, Julliany Machado registrou um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO), por ter sido supostamente agredida por seguranças de Conceição Tavares, conforme informou a presidente da Câmara de Vereadores.
“Ela disse que foi agredida por nossos seguranças, mas isso não aconteceu. O que houve foi que ela tentou tomar uma pasta, com supostos documentos, de uma funcionária da Saúde, que saía do prédio da Prefeitura. Como a prefeita ‘avançou’ em cima dessa funcionária, nossos seguranças tiveram que afastá-la”, relatou Conceição Tavares.
A reportagem do Tudo Na Hora não conseguiu contato com Julliany Machado. Na delegacia, o agente plantonista não soube informar sobre o ocorrido.
