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Educação
27/07/2012 10:48:14

Por causa da greve, ano letivo nas universidades deve avançar até o início de 2013


Por causa da greve, ano letivo nas universidades deve avançar até o início de 2013
Ilustração

mais.al //

 

A greve dos professores das universidades federais já dura 72 dias e aumenta a probabilidade de que o calendário letivo de 2012 tenha que ser estendido até o início de 2013. Na maioria das 57 instituições, a paralisação teve início antes do encerramento do primeiro semestre. Com isso, quando a greve terminar, será necessário concluir as atividades para só então dar início ao segundo semestre de 2012.

 

O reitor da Universidade de Brasília (UnB), José Geraldo, explica que, quando a greve for encerrada, o calendário deverá ser reorganizado. “O semestre letivo não coincide com o ano fiscal. É provável que a gente entre [com as atividades letivas] em 2013 com a reposição. Mas já vivemos experiências de outras greves em que foi possível organizar isso de modo qualificado”, disse.

 

A Agência Brasil entrevistou reitores de insituições das cinco regiões do país. Eles descartam a possibilidade de cancelar o semestre e apostam na reposição. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os professores encerraram as atividades antes da paralisação, mas o semestre não foi oficialmente finalizado porque a maioria não lançou as notas no sistema. Como as aulas foram concluídas, o reitor Carlos Alexandre Netto acha que não será necessário comprometer as férias de janeiro com a reposição – isso se a greve não se prolongar por muito tempo.

 

Além dos professores, os técnicos administrativos das universidades federais estão em greve desde 11 de junho. Em algumas universidades, a paralisação dos servidores também atrapalha o calendário, já que serviços como o lançamento de notas e matrículas podem ficar comprometidos. O governo espera resolver a situação com os professores para depois iniciar a negociação com os técnicos.

 

“Assim que os professores retornarem, nós vamos tentar corrigir o calendário. Mas, se não for resolvida a questão dos técnicos, nós não temos como começar o semestre seguinte. Nossa expectativa é que haja logo uma negociação também com essa categoria”, disse o reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Targino de Araújo Filho.

 

Até segunda-feira (30), professores se reunirão em assembleias para deliberar sobre o fim da greve. Ontem (26), docentes de pelo menos 12 universidades federais já rejeitaram a proposta apresentada pelo governo na terça-feira (24) e mantiveram a paralisação. São elas as universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de Santa Maria (UFSM), de Pernambuco (UFPE), Rural de Pernambuco (UFRPE), do Espírito Santo (Ufes), de Uberlândia (UFU), de Brasília (UnB), da Paraíba (UFPB), da Bahia (UFBA), de Goiás (UFG), de Pelotas (UFPel) e Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), os docentes aceitaram a proposta do governo, mas o fim da paralisação ainda depende da aprovação em um plebiscito.

 

Em Alagoas

 

Os servidores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) reivindicam reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho e de ensino. Em greve há dois meses, o corpo docente e técnico chegou a avaliar, na última quarta-feira (25), o documento do Sindicato Nacional dos Docentes sobre a proposta do governo de implantar reajuste salarial de 25% a 45% dividido até 2015. Como não chegou a nenhuma conclusão, foi agendada uma nova assembleia para a próxima terça-feira (31).

 

"Nós recebemos um indicativo de brasília da Associação Nacional dos Docentes das Instituições Federais de Ensino pedindo pela manutenção da greve. Vamos nos reunir e avaliar a situação. O resultado da assembleia será enviado à associação que deve decidir ou não se a paralisação deve continuar", disse o vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufal, Márcio Barbosa.

 

O vice-presidente da Adufal argumenta que a proposta feita pelo Governo Federal, através do ministro da Educação, Aloízio Mercadante, não atende às necessidades da categoria. "Nosso plano de carreira foi protocolado em janeiro do ano passado e nem sequer foi analisado. Temos problemas estruturais graves que estão sendo negligenciados".

 

Ainda segundo Barbosa, a probabilidade é de que os docentes recusem a proposta de retomar as atividades. "Independente do resultado da reunião de terça-feira, precisamos aguardar uma resolução nacional da categoria".


 



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