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O jovem Alexandre Correia, conhecido popularmente como Chiquinho, 26, foi absolvido pelo Tribunal do Júri realizado nesta terça-feira, 24 de julho, no auditório do Fórum Desembargador Alfredo Gaspar de Mendonça, localizado no Centro de Penedo. O réu foi julgado pelo crime de homicídio duplamente qualificado, onde a vítima foi seu próprio irmão identificado como Francismar Correia, vulgo Bassa, 24 anos de idade.
A defesa do acusado ficou a cargo do advogado Antônio Carlos de Carvalho Santos, que com as teses apresentadas conseguiu convencer o conselho de sentença, obtendo com isso a absolvição do jovem que se encontrava detido na Delegacia Regional de Penedo desde março de 2011, ocasião em que o crime foi registrado.
O julgamento teve início por volta das 10 horas da manhã e se estendeu até às 19 horas. Primeiro foram ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa de Alexandre. O depoimento que mais chamou a atenção nessa etapa foi o da mãe da vítima e também do réu. A depoente chegou a afirmar que atualmente vive em paz, porque quando Francismar estava vivo, era violento e a ameaçava constantemente.
Réu declarou que se não matasse morreria
O Policial Civil e Chefe de Operações da Delegacia de Penedo, Carlos Welber, também foi ouvido e pode falar sobre a conduta do acusado, antes e durante esse período que ficou atrás das grades. Welber contou que nunca tomou conhecimento de qualquer infração cometida pelo réu. O policial declarou ainda que Alexandre tem um bom comportamento dentro da delegacia e que acreditava que em liberdade ele não apresentaria risco nenhum a sociedade.
Após a oitiva das testemunhas foi a vez do réu Alexandre Correia falar sobre sua versão do caso. Cabisbaixo, o jovem contou como tudo aconteceu e chegou a mostrar marcas de faca em seu corpo que teriam sido provocadas pelo irmão, que, segundo ele, por mais de uma vez teria tentado o matar. Alexandre declarou também que não pretendia cometer o crime, mas que estava cansado das ameaças do irmão.
Ainda segundo Alexandre, o homicídio foi praticado porque a vítima foi a sua casa dizer que na noite anterior tinha ido matar o padrasto, mas que não tinha consumado o ato porque um amigo o impediu. “Ele disse que foi matar meu padrasto e que não botou a porta pra dentro por que o comparsa não deixou. Ele disse também que se minha mãe se metesse na frente ele a mataria e faria o mesmo comigo”, declarou Alexandre.
O réu disse que após ouvir a pretensão do irmão, teve inicio uma discussão que chegou as vias de fato. “Nos brigamos na tapa. Ele tentou correr para pegar o facão, mas eu fui mais rápido e acabei fazendo isso que vocês já sabem. Estou muito arrependido, mas sei que se não matasse morreria naquele dia”, acrescentou.
Ministério Público
Para o representante do Ministério Público de Alagoas, em Penedo, o Dr. Sitael Jones, o acusado deveria ser condenado para pagar por seu ato. Em sua brilhante explanação, o promotor mostrou tristes dados da violência em Alagoas, que o torna o estado mais violento do país. “Os números mostram que em Alagoas se mata mais do que em outros estados como São Paulo e Rio de Janeiro. O mais impressionante disso tudo é que o nosso governador precisou reunir 40 autoridades ligadas a Segurança Pública para reconhecer a situação de calamidade pela qual a área vem passando”, complementou.
Em sua fala, o promotor mostrou ainda fotos da vítima que, segundo ele, foram tiradas de um celular porque o Instituto de Criminalística estava sem câmera na ocasião. O promotor não pretende recorrer da decisão soberana do Júri que foi presidido pelo experiente Juiz de Direito Antônio Barros da Silva Lima.
Para o conselho de sentença o réu agiu em legítima defesa e sob influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima. Alexandre Correia já se encontra na companhia de seus familiares para tentar recuperar o tempo perdido.
