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15/07/2012 18:48:47

Usuários se revoltam contra 'invasão' eleitoral nas redes sociais


Usuários se revoltam contra 'invasão' eleitoral nas redes sociais
Ilustração

tribunahoje //

terra - maurício tonetto

 

A campanha eleitoral deste ano iniciou há apenas uma semana e já é alvo de fortes críticas e reclamações de usuários das redes sociais, que vêm se manifestando contrários à propaganda política, principalmente no Facebook e Twitter. Organizados em grupos ou individualmente, os internautas exigem critério e cobram limpeza em suas páginas. Segundo o consultor de marketing digital Gabriel Rossi, a poluição virtual, em vez de beneficiar os candidatos, ocasiona repulsa e os afasta dos eleitores. Para ele, o problema é a falta de planejamento e profissionalização.

 

"Em grande parte do País, a internet vai influenciar no lado negativo. O novo eleitor não acredita tanto nas instituições, ele confia nos amigos e quer ser surpreendido, mas 99% dos candidatos não prestam atenção no público, só na tecnologia. A internet tende a se tornar uma continuação da propaganda eleitoral gratuita", afirmou.

 

De acordo com Rossi, a "mentalidade política na internet é a do santinho digital": "o candidato deve fazer algo diferente, que gere um debate rico. Eu não vejo isso na maioria das vezes. As campanhas online têm de se profissionalizar, fazer planejamento estratégico, pesquisa e ser amplas. Ainda estamos longe do ideal."

 

No Facebook, páginas em português, inglês e espanhol foram criadas para manifestar contrariedade às campanhas, como "Não Quero propaganda Politica no meu Face", "Americans Against Misleading Propaganda and False Political Advertising (Americanos Contra a Propaganda Enganosa e a Falsa Publicidade Política)" e "Yo no uso FB para propaganda politica (Eu não uso Facebook para propaganda política)". Os usuários prometem bloquear e até excluir as pessoas que fizerem divulgação em suas contas.

 

"Sou contra a propaganda política no meu perfil. As pessoas são livres para publicarem o que quiserem e também para optarem sobre o que ler. Acho que alguns fazem péssimo uso das redes sociais, se expõem demais e utilizam o espaço de forma pouco criteriosa. Já haverá um boom de propaganda política, que não poderemos nos esquivar, então, ao menos nas redes sociais, quero manter distância. Se as propagandas começarem a chegar, irei utilizar o maravilhoso recurso de cancelar", disse a doutoranda em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Juli Borsa.

 

Comportamento do internauta


Para Gabriel Rossi, uma campanha eleitoral nas redes sociais só terá sucesso se houver o que ele chama de Sociografia - estudo e pesquisa do comportamento do internauta. "É preciso desconfiar dos especialistas em Twitter, Facebook, blogs e afins. As estratégias não são construídas ao redor de ferramentas, pois elas são justamente a etapa posterior nesse processo. Toda estratégia sólida na rede social começa com pesquisa e aprendizado", salientou.


 



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