Casa de Custódia de Arapiraca continua superlotada

A Casa de Custódia de Arapiraca está com sua capacidade de lotação ultrapassada em quase o dobro. O local, que funciona no prédio que abrigava a antiga Delegacia Regional, tem estrutura para receber até 90 presos. No entanto, segundo o coordenador geral da unidade, Jorge Samuel de Oliveira, cerca de 149 estão detentos.

O coordenador atribui o elevado número de presos ao crescimento do número de crimes nas nove cidades que enviam criminosos para a Casa de Custódia de Arapiraca. “É bom dizer que, além dos detentos da cidade, ainda recebemos de outras oito vizinhas”, explicou.

Numa das celas, por exemplo, 18 detentos se aglomeram e se revezam da forma menos complicada. “Eles fazem rodízio até para dormir. Tem celas onde redes são armadas. Isso chega a beirar o absurdo”, revelou.

Hoje, a Casa de Custódia de Arapiraca está recebendo e abrigando os mais diversos tipos de presos. “Temos dos mais graves, como estupros e mortes, até os considerados mais brandos, como aqueles que estão presos por adulteração de placas de veículos. Sabemos que esse tipo de mistura não pode acontecer, mas não temos outra opção”, afirmou Samuel.

O lado positivo, de acordo com Jorge Samuel, é o fato das polícias estarem trabalhando mais. Cada uma com suas responsabilidades e efetivos, a Polícia Militar e a Civil estão nas ruas tentando coibir o crescimento de violências em Arapiraca e região. No entanto, apenas duas varas criminais existem em Arapiraca.

“Não estou criticando o trabalho dos nossos policiais, juízes ou dos defensores públicos, mas o volume de processos é tão grande que dois juízes não dão conta. Sei da competência deles, mas é quase impossível resolver tanta coisa no tempo hábil”, observou o coordenador.

“Estou preocupado com essa situação. Apesar da disciplina que conseguimos ter dos presos, eles são seres humanos. Estamos aqui há cerca de três anos a frente da coordenação e nunca precisamos, por exemplo, usar de força ou da violência contra nenhum deles. Porém, tenho medo que essa situação gere algum tipo de revolta ou até mesmo fuga. A sociedade não pagar pelo descaso com esses homens”, concluiu Jorge Samuel.

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carlos alberto junior