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Saúde
13/03/2012 16:20:17

Anestesistas de Maceió deixam de atender pelo SUS nesta quarta


Anestesistas de Maceió deixam de atender pelo SUS nesta quarta
Ilustração

Cerca de 100 anestesistas de Maceió vão se negar a atender os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir desta quarta-feira (14). Com isso, sete hospitais e todas as clínicas de oftalmologia deverão ter as cirurgias eletivas canceladas. A reclamação principal diz respeito à tabela destes médicos que, segundo a categoria, está defasada há 15 anos. A greve pode se espalhar para Arapiraca e demais municípios ainda nesta semana.

Por orientação da Cooperativa dos Anestesistas de Alagoas e com o apoio da Sociedade de Anestesistas do Estado de Alagoas, todos os especialistas que trabalham na capital paralisam as atividades por tempo indeterminado.

Ficam com o atendimento comprometido a Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Hospital do Açúcar, Hospital Sanatório, Hospital Santo Antônio, Hospital São Rafael, Hospital Nossa Senhora da Guia e Ortopédico, além das clínicas oftalmológicas. Nestes locais, os procedimentos cirúrgicos podem ser cancelados, se a greve se concretizar.

A cooperativa denuncia que, no Estado, chega a se pagar apenas 10% do valor aplicado em outros municípios do Nordeste. A presidente da entidade, Rosângela Massuia, reclama que a remuneração desta especialidade médica é irrisória. Para um parto cesariana é pago, atualmente, a quem presta serviços para o SUS, cerca de R$ 45 pela aplicação da anestesia. Em Pernambuco, que, de acordo com ela, o sistema é aplicado da mesma maneira, o valor alcança R$ 339,48.

“Por conta disso, vários profissionais de Alagoas estão indo para outros Estados, principalmente para o Piauí, quando o salário é pago pelo plantão e pela produção deste médico”, revelou a presidente.

Segundo ela, os anestesistas do Estado estão sobrecarregados e, diariamente, eles convivem com a pressão de vários hospitais. “Temos uma defasagem de profissionais aqui, até porque os especialistas não querem trabalhar aqui e partem para outras localidades. Temos, atualmente, cem anestesistas em Alagoas, quando o ideal seriam duzentos e cinquenta”, explicou a presidente da cooperativa.

Como esclarece, a maioria destes especialistas estão concentrados em Maceió e os municípios ficam descobertos.

“Não queríamos parar as nossas atividades. A intenção era que esta tabela fosse corrigida o mais rápido possível para que o nosso trabalho seja valorizado no Estado. Todos os passos para evitar a paralisação foram tomados. Falamos com os secretários de saúde, denunciamos ao Ministério Público, chamamos os vereadores para uma conversa e ainda acionamos o Conselho Regional de Medicina. A resposta dos gestores era sempre a mesma: o impacto na folha de pagamento era grande e não há condições de se contratar novos profissionais, tampouco reajustar a tabela”, afirmou Rosângela Massuia.

Segundo ela, há uma demanda reprimida de cirurgias no Estado por conta da falta de profissionais anestesistas. “Só no HGE, onde a demanda por procedimentos cirúrgicos é muito grande, faltam, em média, trinta especialistas”, revela a presidente da cooperativa.

Desde o começo do ano, diversos outdoors foram espalhados pelo Estado com uma mensagem direcionada aos anestesistas de Alagoas. Consta na publicidade a seguinte frase: “Anestesistas, vamos trabalhar em outros Estados”. Apresenta ainda os valores que são pagos à categoria pelos procedimentos nas cirurgias realizadas aqui.

 

gazetaweb //

thiago gomes



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