Juiz que afastou taturanas terá proteção do Estado

O Conselho Estadual de Segurança (Conseg) determinou proteção pessoal aos juízes Helestron Costa e Hélio Pinheiro Pinto, durante reunião na manhã desta segunda-feira (12). A segurança individual foi justificada por ameaças sofridas pelos magistrados. Helestron, que responde pela comarca de Anadia e pela 17ª Vara da Fazenda Pública, terá dois policiais militares em sua escolta, enquanto Hélio, da comarca de São Miguel dos Campos, será acompanhado por seis agentes durante os próximos seis meses.

As pessoas que aparecem como acusados ou réus nos processos julgados por Helestron são fator determinante para a decisão do Conseg. “A relevância de alguns processos e, principalmente, seus réus, fizeram a própria 17ª Vara pedir a proteção individual”, disse ao Tudo na Hora o juiz Helestron Costa, que já vinha contando com segurança especial desde dezembro do ano passado.

Foi em dezembro que Helestron determinou o afastamento dos deputados estaduais João Beltrão e Cícero Ferro, do deputado federal Arthur Lira, do prefeito de Roteiro, Fábio Jatobá, do ex-deputado estadual Celso Luiz, e da filha de João Beltrão, Jully Beltrão, dos seus mandatos e funções. Além disso, o magistrado decretou o bloqueio dos bens de todos eles, que são réus em processos de improbidade administrativa decorrentes da Operação Taturana, da Polícia Federal, deflagrada em 2007. No entanto, doze dias depois o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) derrubou a decisão de afastá-los dos cargos.

Em Anadia, um dos casos mais relevantes que está nas mãos do juiz Helestron Costa envolve a prefeita afastada Sânia Tereza Barros, acusada como autora intelectual do assassinato do vereador Luiz Ferreira, ocorrido em outubro do ano passado. Mas, segundo o magistrado, o pedido de proteção feito pela 17ª Vara da Fazenda Pública está mais atrelado aos processos de improbidade administrativa que tramitam em Maceió e no interior.

“É uma medida de proteção cautelar que a Vara e o Conselho tomaram, diante de situações como a do Rio de Janeiro, onde a juíza Patrícia Acioli foi assassinada”, disse Costa.

Já Hélio Pinheiro Pinto é responsável pela 3ª Vara Criminal do município de São Miguel dos Campos onde, com frequência, determina prisões e apreensões de pessoas ligadas ao tráfico de drogas e a prática de outros crimes na cidade.

De acordo com a secretaria do Conseg, o trabalho dos policiais que acompanharão os juízes deve começar, no máximo, nesta terça-feira (13).

Pedido de prefeito é negado

O prefeito de Rio Largo, Toninho Lins, teve o pedido de proteção pessoal indeferido. Segundo a secretaria do Conselho, após ser notificado, o prefeito não apresentou provas concretas das ameaças que diz ter sofrido.