População de União realiza passeta pela paz

Os moradores de União dos Palmares foram às ruas da cidade na manhã desta terça-feira (6) para pedir paz. A mobilização, que reuniu cerca de 400 pessoas, teve início na rede social Facebook, onde um grupo de amigos, revoltados com o crescente número de homicídios ocorridos no município durante os dois últimos meses, marcaram um protesto.

“Sabemos que a violência não irá acabar, mas queremos amenizar essa situação. Muitas pessoas estavam acomodadas e um dos nossos desejos é resgatar o sentimento de revolta, porque esses crimes não podem ficar impunes”, disse Sérgio Rogério, um dos organizadores do movimento União pela Paz.

Somente em fevereiro foram registrados 12 assassinatos na cidade. Segundo o major André Araújo, comandante do policiamento em União, o policiamento na cidade foi reforçado nos últimos 15 dias, quando uma operação de combate à violência teve início na região. “Estamos melhorando o policiamento aqui e em outras cinco cidades da região. Outros 30 policiais estão chegando para reforçar ainda mais o policiamento”, informou o militar.

O tráfico e o envolvimento com drogas são os principais motivos para o aumento do número de mortes no município. “As crianças e adolescentes estão começando cada vez mais cedo a se envolver com as drogas. Em um levantamento finalizado no mês passado aponta que a terceira maior causa de menores de 18 anos morando na rua são as drogas e o álcool. Não há na cidade um lugar voltado à recuperação das crianças e adolescentes. Pelo menos 100 crianças já são dependentes químicos somente neste município”, afirmou Rosimeri Moraes, presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de União dos Palmares.

Os parentes das vítimas de homicídio marcaram presença na manifestação, com o inevitável sentimento de revolta. “Eu quero que os culpados pela morte do meu marido, assassinado à tiros no dia 12 de fevereiro, em gente à nossa casa, sejam presos e paguem pelo que fizeram. Ele não deixou apenas a mim, mas também aos nossos dois filhos”, exigiu Betejane Tenório da Silva, viúva de Carlos Alberto.

A polícia já está investigando os homicídios ocorridos na cidade. “Temos que analisar também se União não se tornou ponto para desova de corpos, cujas mortes ocorreram em outros municípios. Também há indícios de que o envolvimento de drogas seja um dos agravantes da criminalidade aqui, mas só poderemos ter certeza após realizarmos os devidos levantamentos”, explicou o Major Araújo.

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