Pós-folia: chegou a hora de se definir alianças politicas.

Com o final do Carnaval, os partidos e os caciques políticos alagoanos agora se organizam para fecharem acordos e alianças até o prazo-limite das convenções partidárias previsto pela Justiça Eleitoral: 30 de junho, quando devem ser apresentadas já as chapas para a disputa das eleições municipais em todo o território nacional. Em Maceió, o clima ainda é de indefinições, apontando até para a possibilidade de uma eleição com muitos candidatos, não polarizando o pleito, como ocorreu nos dois últimos processos que deram vitória ao prefeito Cícero Almeida (PP).

Desta vez, Almeida – que detém um índice de aprovação recorde – não é candidato por já estar no mandato da reeleição, mas nem mesmo quem será o candidato de situação está definido.

O prefeito de Maceió – como ele mesmo confirma – trabalha pela consolidação da candidatura do peemedebista Mozart Amaral, mas também já se mostrou favorável a um apoio ao deputado federal João Lyra (PSD), caso o parlamentar resolva disputar o pleito. O fechamento das alianças ainda depende de muitos diálogos, que devem ser acelerados a partir da próxima semana, com o final do período momesco.

O deputado federal Maurício Quintella (PR) – que também é um dos pré-candidatos - confirma o fato. De acordo com ele, antes do período de Carnaval e no final do ano passado, já existiram alguns diálogos, mas sem representativos avanços. Os partidos políticos – explica Quintella – apenas definiram seus pré-candidatos, mas ainda não apontaram para as alianças, que devem ocorrer apenas no início de março.

O partido de Quintella, por exemplo, só fechou uma aliança até o presente momento que é com o PSL. Mas, ele afirma que sua candidatura está consolidada. Os diálogos próximos – independente dos partidos – passarão por reuniões com os senadores Renan Calheiros (PMDB), Fernando Collor de Mello (PTB) e Benedito de Lira (PP), além de outros nomes que são vistos como importantes para a vitória nas eleições municipais. Muitos pré-candidatos buscam ainda o apoio do governo do Estado – na pessoa do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) – e do prefeito Cícero Almeida (PP), por conta da boa avaliação de sua administração e da densidade eleitoral.

Composições se fortalecem e partidos encontram interesses

Além das composições envolvendo os políticos locais, há uma preocupação ainda de – pelo menos em Maceió – construir uma chapa que venha a aglutinar a base da presidenta Dilma Rousseff (PT) na disputa pela sucessão municipal. É a reedição do famoso chapão de 2010, que colocou de um mesmo lado, o PT, o PMDB, o PDT, o PTdoB, PCdoB, e outros. Quem defende esta aliança é a direção local do PTdoB, que apresenta como candidata a deputada federal Rosinha da Adefal.

O presidente estadual do partido, Marcos Toledo, já esteve reunido com membros do PT e do PCdoB, levando a proposta de uma chapa em que na cabeça estejam o PTdoB e o PT, buscando outros partidos da base federal.

Toledo destaca a importância de uma aliança ampla neste sentido para a construção de um projeto. O ex-deputado estadual Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, mostrou-se simpático à ideia, mas ressalta a possibilidade de o próprio PT ter candidato e encabeçar a chapa, tendo o PTdoB como vice. Paulão ressalta que não fala como dirigente partidário, mas sim como militante e ex-deputado pelo partido.

O petista ainda faz elogios a uma possível composição com o PTdoB por enxergar em Rosinha um nome sem escândalos. A deputada deve trabalhar para iniciar diálogos com demais partidos como o PMDB do senador Renan Calheiros, que tem como pré-candidato Mozart Amaral.

Base palaciana pode sair mesmo com três candidatos, sem alianças

Do lado dos palacianos, ainda não existe consenso em torno de uma única candidatura. A indefinição ainda persiste no Palácio República dos Palmares. O PSDB – partido do governador Teotonio Vilela Filho – tem como pré-candidato o deputado federal Rui Palmeira. O PSB apresenta Givaldo Carimbão, que também é parlamentar no Congresso Nacional e diz que sua candidatura está selada.

O Democratas, do vice-governador Thomaz Nonô, também tem uma pré-candidatura: o deputado estadual Jefferson Morais. Por fim, o PP de Benedito de Lira surgiu por último, mas trouxe o nome do secretário estadual de Assistência Social, Marcelo Palmeira.

Destes, conforme informações de bastidores, a informação é a de que em uma composição o PP se contentaria com a indicação do vice da chapa, sendo, portanto uma negociação mais fácil.

A dificuldade é encontrar consenso entre Rui, Carimbão e Morais. Teotonio Vilela Filho – em recente entrevista – disse não ter preferência entre os três e colocou que espera que seja formada uma aliança com um único candidato.

“Não vejo problema em se ter mais de um nome. Mostra que o quadro do governo é bom. Eu torço por um entendimento. Se não existir, saem os três candidatos e em um possível segundo turno se faz a aliança”, frisou. Segundo apurou o Tribuna Independente, há uma possibilidade de os tucanos fecharem a chapa com o PP de Benedito de Lira.

Esquerda

A esquerda também tenta construir alianças para se fazer presente em 2012. De acordo com o pré-candidato do PSOL, Alexandre Fleming, está sendo construído um projeto viável, como uma alternativa aos que estão no jogo. Ainda é discutida uma possibilidade de ampliação com outros partidos como PCB e PSTU. O cenário – da forma como se encontra hoje – leva o deputado Maurício Quintella a acreditar em um pleito cheio de candidatos, sem alianças.

João Lyra

Outro partido da base federal da presidente petista Dilma Rousseff é o PDT, que também apresenta a candidatura do ex-governador Ronaldo Lessa. Segundo informações de bastidores, o PDT também trabalha para construir uma aliança com peemedebistas, suscitando a possibilidade de ter Mozart Amaral como vice. Porém, quem está na lista de preferências do prefeito Cícero Almeida é o deputado federal João Lyra (PSD), que quer a indicação.