Condições de trabalho precárias e baixa valorização salarial são as principais reivindicações dos policiais civis e militares, reunidos nesta terça-feira (07) na Associação dos Subtenentes e Sargentos PMs e CBMs de Alagoas (ASSMAL), no Trapiche. Durante o 1º Fórum pela Vida e contra Violência, o movimento discutiu o alto número de homicídios em Alagoas, além de uma possível paralisação das atividades de segurança antes do Carnaval.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), Josimar Melo, um levantamento recente do 7° Distrito policial que compreende o bairro da Pitanguinha - tido pelos policiais militares como de difícil acesso e dominado pelo tráfico -, aponta que no ano passado, 600 inquéritos deixaram de ser investigados pela polícia.
Ainda segundo Josimar, os números de homicídios entre os anos de 1999 a 2007, chegaram a um aumento de quase 300%, constratando com os dados fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública. “Isso sem levar em conta que a violência não é só o homicídio, tem o roubo e o assalto”, completa Josimar. Um relatório maior envolvendo todos os distritos policiais de Maceió deve ser feito.
Os policiais reclamam das condições precárias de trabalho. “O caso analisado aqui [o do 7° distrito] tem obras na delegacia em que falta até azulejo, o que é um absurdo”, conta Josimar ao relatar que a reivindicação maior não é nem é relativa à compra de novas armas. Ele cita também que o salário da categoria é o 24° de um ranking nacional.
Com o alto índice de violência, os policiais se dizem pressionados pelo governo e pelo Ministério Público a obterem resultados melhores. “Eles [MP e governo] tendem a culpar o policial pelo que está havendo na capital”, conta Josimar.
O Fórum teve a participação de várias entidades da polícia civil, militar, corpo de bombeiros e do movimento dos Caras Pintadas. Após o debate, as entidades irão elaborar um documento que será entregue a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Ministério Público.
Uma nova reunião marcada para o dia 14 de fevereiro deve decidir se haverá ou não uma paralisação geral da polícia civil e militar.
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milton rodrigues