Ao fim do prazo para matrículas na rede estadual de ensino que se encerram nesta sexta-feira (03), algumas escolas do Centro Educacional de Pesquisas Aplicada (CEPA) ainda não contabilizaram o número total de inscrições. Mesmo sem os dados, algumas escolas estaduais revelam que sobram vagas.
O processo de pré-matrícula realizada por meio da internet no endereço www.matriculaonline.al.gov.br , está dando o que falar entre os pais e familiares dos alunos que buscam as vagas para os seus filhos em 2012.
De acordo dados da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE) após o cadastro - onde os pais podem escolher o turno e a escola mais próxima de casa para o filho - o aluno é direcionado pela secretaria para uma escola da rede pública. O critério leva em consideração a disponibilidade física de cada unidade, tipo de atendimento dando também preferência às pessoas com deficiência física, além de outros pontos que justifiquem a permanência do novo aluno naquele lugar.
Mesmo com esses critérios, algumas falhas são apontadas pelos pais e diretores das unidades de ensino. É o que confirma o diretor João Carlos, da Escola Laura Dantas, no CEPA: “Os pais solicitam pelo sistema uma escola próxima de onde moram, mas acabam tendo os seus filhos transferidos - sem razão aparente - para outras unidades distantes”, conta.
O diretor afirma que recebeu vários pais reclamando da distância e da mudança de horário. Eles dizem que a escolha da escola e do horário não batem com aquilo que colocaram no sistema. “Isso acaba gerando uma confusão muito grande. Vários pais desistem porque nem todos querem deixar um jovem de 10 anos estudar aqui a noite, por exemplo”, revela o diretor que afirma ter feito alguns ajustes para não “perder” a vaga. “Olha só a minha situação [aponta para uma lista com as matrículas], alguns desses alunos aqui estão cadastrados para noite, mas acabo fazendo algumas concessões e permitindo que o pai escolha um outro horário”, justifica.
O deslocamento e a falta de estudantes interessados em entrar no período noturno, são os maiores motivos para a diminuição da procura de alunos. O diretor conta que na Escola Laura Dantas, o número de vagas chega a 2 mil, mas sem revelar números precisos, o número de estudantes matriculados é abaixo do esperado. “Por conta disso nós chegamos a trabalhar até 21h da noite cadastrando os alunos na esperança de preencher todas as vagas”, pontua.
Quando questionado sobre a segurança dentro do complexo de ensino como um dos possíveis motivos para a ausência de interessados, o diretor demonstrou satisfação. “A segurança está boa, há vários policiais, e eles abordam aqueles jovens que estão fora das salas de aula”, conta ao avaliar como positiva a atuação dos guardas que perguntam onde o jovem estuda e o conduz de volta a sala de aula.
Em contrapartida por meio de um release enviado a imprensa, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte avisa que a pré-matrícula não garante a vaga na rede escolhida.
Mães reclamam de mudanças no cadastro
A equipe de reportagem do portal Tribuna Hoje ouviu também algumas mães que tentavam matricular os seus filhos nas escolas do Cepa.
Para Maria Danielle da Silva, que tenta se matricular na Escola Estadual Moreira e Silva o critério de escolha é confuso e prejudica, inclusive, aquelas mães que querem voltar a estudar. “Nem adianta essa pré-matrícula, pois posso perder a vaga... Sou jovem e mãe de família e quero voltar a estudar”, conta indignada à reportagem. O caso de Maria é o oposto do que foi colocado pelo diretor da Escola Laura Dantas: Ela quer transferir uma matrícula do dia para a noite. “De que adianta a gente entrar na internet e escolher o colégio e os horários?! Eles empurram tudo diferente para gente”, finaliza.
Maria que disse apenas que é autônoma e trabalha pelo dia, justificou que tinha escolhido uma escola no Benedito Bentes onde mora, mas acabou sendo transferida sem motivo aparente para o Moreira e Silva no Cepa e no período diurno.
A distância entre a casa e a escola também é a reivindicação de Elizete Maria da Conceição, que também tenta garantir uma vaga no ensino médio para o seu sobrinho de 15 anos. “Um vizinho que tem acesso a internet solicitou uma escola próxima para mim, mas fiquei sabendo hoje que meu sobrinho iria estudar aqui no Cepa”, conta ela que mora no bairro do Canaã. Segundo Elizete, a viagem de ônibus de onde mora para o Cepa chega a ser quase 2 horas, mas espera mesmo assim que o jovem se entusiasme. “Ele tem que estudar, não pode ficar parado, se não ele não vai ser nada na vida”, completa.
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milton rodrigues