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27/01/2012 09:24:08

45% dos professores do ensino fundamental e médio não têm nivel superior

45% dos professores do ensino fundamental e médio não têm nivel superior
Ilustração

Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado este mês por meio da pesquisa “Presença do Estado no Brasil”, apontou que quase metade dos professores de Ensino Médio e Fundamental do Estado de Alagoas não têm formação superior.

 

Conforme os dados da pesquisa, dos 27,9 mil docentes do Estado, 15,3 mil têm formação superior e 12,6 mil não têm, o que representa 45% do total. Para a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Alagoas (Sinteal), Maria Consuelo Correia, isso se deve à falta de políticas de formação continuada e valorização profissional da educação, no setor público.

 

“Formação e valorização caminham juntos e esta é a nossa luta. Os professores recebem baixos salários, como é que vão pagar uma formação continuada?”, indagou Consuelo Correia.

 

“Não vemos a falta de formação continuada do profissional de educação como acomodação, mas sim, como falta de oportunidade, de acesso a esta formação”, acrescentou. Segundo a sindicalista, a falta de formação continuada reduz a qualidade do ensino ao ponto de professores não saberem alguns assuntos e ‘pularem’ capítulos, ensinando apenas o que sabem para o alunado.

 

Embora já exista oferta razoável de cursos superiores em Alagoas, poucos profissionais da educação têm acesso ou mesmo condições de financiá-los. De acordo com Gorete Amorim, conselheira da Câmara de Educação Básica, os baixos salários pagos em média aos docentes da educação pública têm dificultado a manutenção dos melhores profissionais nos quadros do magistério.

 

Em 1996, a Lei de Diretrizes de Base (LDB) exigiu que todos os profissionais que exercem o magistério procurassem fazer o ensino superior, porém a exigência legal não teria sido atingida por não condizer com a realidade, conforme defende a conselheira.

 

Gorete Amorim deu o exemplo de um professor que reside no interior e leciona por lá. Segundo ela, esse docente não teria condições de se deslocar para a capital. “Então há uma carência de cursos superiores no interior, por esta razão o profissional fica condicionado. Qual a condição objetiva para que se melhore a manutenção profissional no sentido de financiar um curso superior? Existe uma distância no que a lei estabelece e as condições práticas de alcançá-la”, lamentou.

 

A Secretaria de Estado da Educação informou, por meio de assessoria, que possui uma política de planejamento para a formação inicial de professores, ou seja, a formação para aqueles que não têm curso superior. Todas as ações dessa política, segundo a assessoria, têm como principal ponto o programa Universidade Aberta, que oferece cursos superiores gratuitos à distância, que podem ser acompanhados pelos pólos no interior de Alagoas. Atualmente, a rede estadual de ensino teria 300 professores sem graduação.

 

tribunahoje

ana paula omena