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26/01/2012 00:01:35

Motorista é preso por estuprar pelo menos 4 meninas

Motorista é preso por estuprar pelo menos 4 meninas
Acusado foi preso ap´s meses de investigação

Após um mês de investigação, a polícia prendeu Valdemir Inácio Gomes, 29 anos, no final da manhã desta quarta-feira (25), acusado de estuprar pelo menos quatro menores de idade, uma delas na última quarta-feira (18). Motorista de ônibus, Valdemir foi preso no terminal da empresa onde trabalha, no Trapiche da Barra. Durante toda a tarde, o acusado prestou depoimento à delegada Bárbara Arraes, da Delegacia dos Crimes contra a Criança e o Adolescente.

 

Acompanhadas das suas mães, pais e familiares, três vítimas – todas entre 12 e 15 anos – foram à delegacia, no Jacintinho, onde reconheceram o acusado. A delegada Bárbara Arraes disse ao Tudo na Hora que há informações sobre uma quarta vítima, de Marechal Deodoro, que hoje já é maior de idade.

 

As três meninas também foram levadas pela polícia às proximidades da casa do acusado, no Jacintinho, para fazer o reconhecimento do veículo usado nos crimes, um Fiat Palio de cor prata. As adolescentes estavam relutantes em reconhecer o veículo e o acusado. Uma delas, bastante nervosa, chorava e pedia aos seus pais para ir embora com medo de encontrá-lo.

 

Após terminar de depor, Valdemir foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito. Depois ele será encaminhado para a Casa de Custódia, no Jacintinho. O veículo do acusado será levado para o Instituto de Criminalística (IC), onde, segundo a delegada, passará por análises que devem mostrar se há vestígios de sêmen ou sangue.

 

Os relatos das três adolescentes, que têm o mesmo tipo físico – são franzinas, coincidem quanto à abordagem do acusado. Todas foram puxadas para dentro do veículo.

 

Uma das adolescentes conseguiu anotar a placa do carro do acusado, pista que levou à polícia até Valdemir Inácio. As imagens de uma câmera de segurança, que registram o momento em que Valdemir puxa uma vítima para dentro do carro, ajudaram a polícia nas investigações.

 

Em paralelo, as famílias fizeram suas próprias investigações. "Foi Deus, porque a gente descobriu onde ele mora e ia bater lá atrás dele", disse o avô de uma das meninas.

 

Familiares do acusado foram à delegacia e disseram estar chocados com a notícia. Suas duas irmãs choraram muito e disseram que Valdemir tem uma filha. Seu irmão deixou a delegacia em choque. Do lado de fora, cerca de dez homens aguardavam para linchar o acusado. “Isso não se faz, ele é um pai de família, não poderia ter feito isso com as meninas”, falou um deles. Com a demora no depoimento, os populares se dispersaram.

 

“Perdi as contas”, disse acusado

 

Segundo a delegada Bárbara Arraes, o acusado nega a prática dos estupros. No entanto, uma das mães das vítimas, que não quis se identificar, afirma que o Chefe de Operações da delegacia lhe contou que, no momento da prisão, Valdemir confessou os crimes. “Perdi as contas”, teria respondido o acusado com frieza, ao ser perguntado pela polícia sobre quantas meninas havia molestado, segundo o relato da mãe da vítima.

 

“Só me lembro que parecia um sonho”, relatou uma das menores

 

Assustada, uma das vítimas – de 12 anos – relatou ao Tudo na Hora que foi abordada na sua própria rua, no povoado Massagueira, por um homem que pedia informações. Ela estava a caminho da casa de sua avó, onde buscaria ervas para fazer um chá. A garota conta que foi puxada com força para dentro do veículo ao se aproximar para responder à pergunta do acusado. “Ele puxou com tanta força que meu short baixou, no meio da rua”.

 

A menina contou que, ao entrar no carro, a única lembrança clara que ficou é de ter a cabeça “abraçada” pelo motorista, colocada entre suas pernas e ter a boca tapada. “Pensei que era um sonho. Quando eu vi, estava com a cabeça entre as pernas dele e só vi o caminho por cima, pelos vidros”, relatou a vítima. Sua mãe acredita que o acusado asfixiou a menina com alguma substância entorpecente.

 

A garota continua: “Depois, ele me deixou em um matagal”. A mãe, ao receber o telefonema da filha contando que tinha sido raptada, pensou ser uma brincadeira. “Só acreditei quando os rapazes que a encontraram tomaram o telefone e falaram comigo, antes de trazê-la para casa”.

A avó dela, também bastante emocionada, contou que a neta mudou de comportamento desde a última quarta-feira (18), quando foi violentada. “Ela só chora e diz que agora não é mais moça, que tiraram a virgindade dela”.

 

Adolescente pediu para o estuprador usar preservativo: “Ele disse que só gostava de meninas virgens”

 

“Ele me puxou para dentro do carro, segurou meu pescoço e depois foi tirando a roupa”, disse uma outra vítima, de 14 anos. Em seguida, falou que o acusado queria que ela fizesse sexo oral nele. “Eu não sabia nem o que eram as coisas que ele me pedia para fazer; e toda vez que eu dizia que não ia fazer, ele pegava e apertava meu pescoço”.

 

“Ele disse que só gostava de menina virgem”, contou. Ainda muito assustada, ela contou que pediu para o acusado colocar preservativo, mas ele não quis. Após ser jogada para fora do carro, no bairro do Sítio São Jorge, a adolescente conseguiu anotar a placa do carro, pista que levou à polícia até o acusado. “Saí do carro toda ensanguentada e cheia de arranhões”, conta.

 

A mãe disse, ainda, que a filha tem dificuldades para dormir desde o dia 14 de dezembro, quando aconteceu o estupro. “Ela está tomando remédio para tudo. Depressão, insônia e AIDS. Esses remédios têm muitos efeitos colaterais; ela vive tonta e vomitando”.

 

A adolescente conta que tem vergonha de sair na rua porque está sendo apontada na rua. “Teve um garoto que me viu e disse: olha, não é a menina que foi estuprada?”. Ela disse, também, que tem medo do acusado. “Ele é louco. Tenho certeza que quando ele sair vai vir atrás da gente”.

 

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