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Polícia
24/01/2012 23:11:40

Sem terra denunciam PM por invasão e espancamento

Sem terra denunciam PM por invasão e espancamento
Ilustração

Trabalhadores entraram em contato com o portal Gazetaweb, na noite desta terça-feira (23), para denunciar uma ação truculenta, cometida pela polícia, contra trabalhadores rurais do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTTL) que se encontravam acampados em um terreno situado na Cachoeira do Mirim, no Benedito Bentes.

Segundo o coordenador do Movimento, Rafael Simão Carlos, militares chegaram à localidade e, sem nenhuma explicação, espancaram os assentados, retirando-lhes pertences, bem como lonas utilizadas para cobrir suas casas. Aproximadamente 23 famílias foram prejudicadas com a ação. “Foi uma coisa terrível, pois o pessoal não esperava que isso poderia acontecer. Muitas ficaram feridas após ser espancadas sem motivo algum e não puderam nem sair do local com os objetos pessoais”, relatou Rafael, reportando-se à chegada da polícia como “desrespeitosa e truculenta”, visto que não foi apresentado nenhum documento que atestasse reintegração de posse.

O trabalhador acredita que o espancamento tenha sido ocasionado em decorrência de uma determinação da Usina Cachoeira, uma vez que funcionários teriam “auxiliado” os militares.

O Movimento entrou em contato com o coronel Paranhos, do Centro de Gerenciamento de Crises, e conseguiu agendar uma reunião com o Comando da Polícia Militar para esta quarta-feira (24).

Recuo

Na manhã de hoje, a polícia entrou em confronto com acampados de Rio Largo, em um primeiro momento; porém, deixou o local minutos após, conforme declarou Rafael Carlos. “Já é desumano cometer alguma violência contra alguém e, principalmente, quando não se tem motivo, ou seja, não se apresenta documento judicial, como é o caso em questão”.

Por telefone, o comandante de Policiamento da Capital, tenente-coronel Albuquerque, - que está tirando férias do coronel Batinga - afirmou desconhecer o fato ao passo em que orientou os trabalhadores prejudicados a procurarem a Corregedoria da PM, caso o confronto tenha ocorrido realmente. "Pelos conhecimentos que eu tenho sobre a Polícia Militar, não acredito na veracidade do acontecimento, pois sempre preparamos todo o nosso efetivo e, quando se trata de entrega de mandado de reintegração, o Centro de Gerenciamento de Crises acompanha a visita dos policiais. Não vou me manifestar sobre algo que não tomei conhecimento, mas, se a violência ocorreu, serão tomadas todas as medidas cabíveis".

 

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