O perfil das principais vítimas de acidentes de trânsito registrados em Alagoas segue a tendência nacional. De acordo com as pesquisas, os homens são os que mais morrem em decorrência de acidentes de trânsito, numa proporção de oito homens para cada duas mulheres.
Em 2010, os órgãos de trânsito de Alagoas regis¬traram 330 mortes nas ro¬dovias, conforme apontado no Relatório de Acidente de Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito em Alagoas (Detran/AL), divul¬gado recentemente.
O documento destaca ainda que o número real de vítimas é bem maior, já que muitas morrem nos hospi¬tais, após receberem socorro.
O dado do Instituto Médico Legal aponta que foram registradas 788 mortes por acidentes de trânsito no ano de 2010.
Nas duas situações, po¬rém, os homens predomi¬nam entre as vítimas.
Nos cinco primeiros me¬ses do ano passado, os aci¬dentes de trânsito em Ala¬goas mataram 88 pessoas nas rodovias -, não incluídas as vítimas que morreram em hospitais. Dessas, 74 foram homens, totalizando 81% das mortes.
2010
O relatório do Detran analisa dados de 2007 a 2010. Se comparado com os três anos anteriores, em 2010 teve um aumento de 53,8% no número de mortes em acidentes de trânsito em Maceió e de 30,7% em nível estadual, conforme aponta o relatório, baseado em dados do IML.
As mulheres são as que mais se envolvem em acidentes, porém, de menor gravi¬dade, é o que aponta o rela¬tório. Uma das razões seria o maior comedimento delas, ao contrário dos homens, que costumam ser mais imprudentes, segundo alguns analistas de comportamento no trânsito. Entre os anos de 2007 a 2010, a maioria dos acidentes com vítimas em Alagoas foi registrada na zona rural.
O relatório de Acidentes de Trânsito mostra ainda que a maioria dos acidentes ocorreram no turno diurno, sendo o sábado e a segunda¬-feira os dias em que mais se registram acontecimentos desse tipo.
No ano passado, 1.333 pessoas ficaram feridas em acidentes de trânsito em Alagoas.
TIPOS
Choque com objeto fixo, atropelamento de pessoas e animais, tombamento, capotamento e colisão são os tipos de acidentes mais frequen¬tes, sendo esta última a que se destaca tanto em números de acidentes com vítimas (612), quanto sem vítimas (1.244).
Automóvel, caminhão, caminhonete, motocicleta, bicicleta e ônibus foram os veículos que mais se envolve¬ram em acidentes no Estado de Alagoas no ano de 2011.
Jovens, motociclistas e homens encabeçam a lista de vítimas
Acidentes de trânsito acontecem diariamente e das mais variadas formas. As colisões que envolvem moto¬cicletas foram as mais frequentes, de janeiro a outubro de 2011, segundo os registros de atendimentos do Hospital Geral do Estado (HGE).
As colisões deixaram fe¬ridas 3.009 pessoas e os aci¬dentes com motos, 2.947. En-cabeçando a lista dos feridos, os homens foram 77,7% dos atingidos.
JOVENS
Os jovens entre 15 e 34 anos são os que mais se machucam no trânsito do Estado, totalizando 4.978 vítimas. De acordo com o re¬latório do HGE, a maior parte dos acidentes ocorre na madrugada, das zero hora até pouco antes das seis horas da manhã.
O segundo horário mais crítico é o que fica entre às 18 horas e antes das 21 horas.
HOMENS
Em todas as variações de acidentes de trânsito que resultaram no atendimen¬to à vítimas pelo Hospital Geral do Estado, os homens são os mais afetados, estando presentes em 79,56% das colisões, 72,93% dos capota¬mentos, 80,93% dos aciden¬tes com moto, 75,53% dos acidentes envolvendo bici¬cletas e 69,20% dos atropelamentos.
Mais de 6.250 atendi¬mentos foram provenientes de acidentes registrados na capital alagoana e 2.106 víti¬mas foram do interior.
‘Ele fazia ziguezague com o carro na praia antes de acidente’
O vendedor Diego Ra¬fael Araújo Pon¬tes, 24, faz parte da triste estatística de vítimas fatais de acidentes de trânsito em Alagoas. O acidente que matou Diego foi causado por um motorista embriagado e que fazia ziguezague em alta ve¬locidade, na Praia do Pon¬tal do Peba, no município de Piaçabuçu, distante 135 quilômetros de Maceió, em novembro de 2010.
IMPRUDÊNCIA
A imprudência levou à morte de Diego e da filha do condutor do veículo, uma criança de apenas sete anos.
“As pessoas deveriam ter respeito consigo e com os outros, pois quem está ao volante também pode ser vítima de sua própria imprudência. A dor é imensa para a família”, declara Rafaella Marinho, viúva de Diego.
“A vítima deixa de ser pessoa e se torna mais um número”, acrescenta.
Para Rafaella, quem as¬sume o volante de um carro deve respeitar as leis de trânsito e ter a consciência que bebida e direção não combinam.
“Cabe também a quem está ao lado do motorista ter que ficar atento ao es¬tado do motorista, se ele tem ou não condição de di¬rigir, pois a pessoa alcoolizada acha que tem sempre razão”, desabafa a viúva, que hoje cuida sozinha dos filhos do casal.
Homem e jovem, Diego Rafael de Araújo Pontes, que morava em Arapiraca, Região Agreste de Alagoas, comprova os dados apon¬tados por Detran, Hospital Geral do Estado e Polícias de Trânsito.
O acidente
Após um dia de lazer na Praia do Peba, no município de Piaçabuçu, Rafaella Ma¬rinho, o esposo Diego Rafael de Araújo Pontes e os filhos gêmeos, com três anos de ida¬de, voltavam da praia com um casal de amigos que também tinha dois filhos: uma menina de sete anos de idade e um menino de quatro anos.
Rafaella relata que o condutor do carro, que ela prefere não revelar o nome, tinha ingerido bebida alcoólica e impediu que Diego viesse guiando o carro.
‘COBRINHA’
“O motorista disse ao meu marido: ‘o carro é do meu pai e quem dirige sou eu’”, enfa¬tiza.
“O motorista estava fa¬zendo ‘cobrinha’ na beira da praia e em alta velocidade. Nessa hora, ele perdeu o con¬trole do carro e capotou. Meu marido morreu na hora”, conta Rafaella.
Segundo testemunhas do acidente afirmaram à polícia, na época, o veículo bateu na passagem do riacho que desá¬gua no mar e por isso capotou. O tráfego de veículos na areia da Praia do Peba é comum, apesar de proibido. E segundo moradores da região, os condutores sempre dirigem após terem passado o dia em bares no local.
A viúva fala ainda que to¬dos os passageiros foram arre¬messados para fora do carro.
Ela teve traumatismo craniano, fato que a deixou durante seis dias em coma. No dia seguinte ao acidente, a filha de sete anos do casal de amigos, que também teve traumatismo craniano e perda de massa encefálica, faleceu.
Segundo Rafaella, os ou¬tros passageiros do carro - o motorista, a esposa e o filho deles - sofreram fraturas e escoriações.
“Meus filhos de três anos quebraram as pernas”, relembra a viúva.
O acidente aconteceu no Pontal do Peba, no dia 14 de novembro de 2010, véspera do feriado da Proclamação da República, quando todos voltavam para o Miai de Baixo, onde estavam hospedados para passar o feriadão.
O casais estavam no Miai, quando resolveram ir ao Peba. Como o carro de Diego e Rafa-ella era pequeno e não cabia todo mundo, o casal preferiu pegar carona com os dois ami¬gos e seus filhos. O condutor era amigo de Diego.
Notícias divulgadas na época dão conta de que Diego era quem estava na direção, mas ele era o carona, e foi im¬pedido de assumir o volante, como revelou Rafaella.
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andrezza tavares