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13/12/2007 00:00:00

Tecnologia


Tecnologia

Sabia que GPS nem sempre significou Global Positioning System? No princípio, a sigla significava Grunting and Pointing System (Sistema Grunhir e Apontar), usado pelo homem das cavernas para indicar a fonte de água mais próxima. Já nos tempos dos cavalos e carroças, o GPS avançou, transformando-se em uma tecnologia de navegação diferente: Guidance by Pony Sense (Orientação por Instinto Animal). Na era dos automóveis, o GPS foi atualizado passando a significar Grumbling by Peeved Spouse (Resmungo de Esposa Irritada): “por que você simplesmente não pára e pergunta o caminho?”


Hoje, o GPS é uma maravilha moderna. Um receptor instalado no carro capaz de identificar sua própria localização a partir de 24 satélites pertencentes ao governo. E lá se vai o dinheiro do contribuinte. O motorista recebe indicações até um determinado destino por meio de mapas coloridos animados em uma tela sensível ao toque e por uma voz imperativa (“a 60 metros, vire à direita”).


Procurei modelos de GPS que atendessem três requisitos. Em primeiro lugar, ser minúsculo (mais ou menos do tamanho de uma ficha de arquivo), auto-suficiente e funcionar à pilha, assim você pode levar o aparelho para caminhadas ou passeios de bicicleta mesmo que ele não esteja conectado ao acendedor de cigarro do seu carro.

Em segundo lugar, o aparelho precisa fornecer dados sobre o trânsito e acidentes em tempo real, além de se propor a fornecer uma nova rota conforme a necessidade (os dados sobre trânsito ficam disponíveis sobretudo nas cidades grandes e estradas, e esse serviço têm um custo adicional de cerca de US$ 50 a US$ 80 por ano nos Estados Unidos).

E finalmente, o dispositivo deve pronunciar os nomes reais das ruas, ou seja, em vez de dizer apenas “vire à direita”, deve dizer “vire à direita na rua South Maple”. Esse recurso faz uma diferença enorme quando você está perdido em uma cidade que não conhece. Descobri que apenas os modelos top de linha atendem esses critérios. 

Extras

Os aparelhos também tocam música e exibem fotos, fazem conexões sem fio a celulares equipados com Bluetooth para chamadas viva-voz e possuem um banco de dados embutido com as estradas norte-americanas e canadenses armazenadas em memória (as unidades que mantêm os dados em discos rígidos são mais lentas, mais frágeis e consomem mais energia). 

Cada receptor também armazena milhões de pontos de interesse: restaurantes, caixas eletrônicos, postos de gasolina, parques, hospitais e assim por diante. A maioria permite ao usuário ligar para um desses lugares (pelo telefone com Bluetooth) com apenas um toque.

No entanto, mesmo esses dispositivos top de linha são imperfeitos. Em um mundo em que as estradas sofrem constantes modificações, o receptor GPS é apenas tão bom quanto a sua mais recente atualização do banco de dados. Mas de modo geral, essas máquinas são absolutamente incríveis (consulte a tabela completa de recursos no site nytimes.com/tech). 

 

Cobra Nav One 4500 (US$ 520 nos EUA). Esse talvez seja o aparelho de GPS mais falante jamais fabricado. “Agora insira o nome da rua”, ele informa. “Não é necessário acrescentar prefixos como ‘praça’ ou ‘avenida’”, recomenda o aparelho. E por aí vai.

Mas contando a seu favor, a primeira coisa que a senhorita Tagarela lhe informa é como desligá-la. A verdade é que esses lembretes de voz tornam o Cobra infinitamente mais fácil de usar do que seus concorrentes. É como andar acompanhado pelo representante comercial da empresa no banco do passageiro, explicando para que serve cada botão.

Esse, diga-se, é o principal mérito do Cobra. A tela de navegação é bastante atravancada e o logotipo em animação "por favor, aguarde" aparece com freqüência demais, o que sugere que o processador do Nav One não está à altura de sua missão.

A lista de recursos do Cobra também é mais curta do que a dos concorrentes. Por exemplo, o Cobra e o Magellan são os únicos aparelhos desta lista capazes de tocar música e lembretes de voz através de uma freqüência de FM nítida e independente em seu rádio (recurso que funciona muito bem fora das áreas metropolitanas dos EUA). 

Harman Kardon Guide + Play GPS 810 (US$ 600). Este intrigante dispositivo vem com um botão de controle no formato de cogumelo que pode ser acoplado ao painel, ao console ou ao volante, e permite ao usuário controlar a unidade de GPS via sem fio.

Em outras palavras, você não precisa se inclinar ou se esticar para operar a tela sensível ao toque. Como você pode interagir com modelos portáteis mesmo enquanto está dirigindo (ao contrário dos sistemas embutidos de fábrica nos automóveis), poderia argumentar que o controle sem fio faz com que o Guide + Play seja um pouco mais seguro.

O G+P perde pontos no quesito segurança, porém, devido ao seu outro recurso pouco convencional: ele toca vídeos carregados do seu computador. Mas você só vai assisti-los quando estiver estacionado ou esperando alguém, nunca enquanto estiver guiando. Certo?

O software não é poluído e responde bem. A navegação, de modo geral, é inteligente. Como seus concorrentes, o G+P oferece duas opções de exibição de mapas: visão de cima (2D) ou a extremamente útil visualização em 3D. É como enxergar a paisagem da cabina de um helicóptero. 

 

Magellan Maestro 4250 (US$ 450). Como qualquer outro aparelho eletrônico usado em automóveis, os receptores GPS são uma distração e, portanto, um risco à segurança. Assim sendo, é inacreditável que o sistema de reconhecimento de voz tenha demorado tanto a ser implementado nesses dispositivos.

No Magellan, não é nada demais. Você pode dizer coisas como “Magellan, para casa”, “Magellan, caixa eletrônico mais próximo” ou “Magellan, restaurante italiano mais próximo”. É preciso falar alto e perto da unidade. Mas já é alguma coisa.

O preço do Maestro é o mais baixo do lote, o que não é nada mal. Também não é nada mal o seu banco de dados AAA embutido com dados sobre restaurantes, hotéis e dicas de viagem.

A exibição da tela é excelente e a navegação é boa, sobretudo a visualização ampliada da tela dividida que aparece a cada acesso. Você pode escolher para quais tipos de acontecimentos ruins no trânsito deseja receber alertas: obras na pista, tráfego lento, interrupções no trânsito, acidentes, etc.

A desvantagem do Magellan é que às vezes é lento para calcular as rotas ou recalculá-las quando uma conversão errada é feita. Além disso, os mapas não têm um visual tão refinado quanto os do TomTom ou do Garmin. 

Garmin Nuvi 680 (US$ 620). O principal modelo do Garmin é agradável, rápido e bonito, demonstrando o nível de aprimoramento que se pode alcançar depois de anos trabalhando na produção de dispositivos de GPS.

A tela é incrivelmente nítida, com belos mapas em 2D ou 3D. Você pode escolher a voz que deseja escutar. Dentre as opções, duas vozes com um gracioso sotaque australiano.

O Nuvi consegue receber o MSN Direct, a transmissão de dados sem fio que a Microsoft criou originalmente para seus relógios de pulso. Depois de se cadastrar (US$ 50 por ano ou US$ 130 ilimitado nos EUA), o fluxo de tráfego é indicado com codificação colorida nos mapas. E melhor ainda, você também fica sabendo sobre o tempo, filmes em cartaz nos cinemas locais e até preços de gasolina nos postos da região. É maravilhoso ter tudo isso bem no painel do seu carro.

Os que gostam de ficar procurando pêlo em ovo vão dizer que nesse aparelho não é possível excluir uma determinada estrada de sua rota e que o alto-falante é fraco demais quando a rua é barulhenta. 

 

GO 920T

TomTom GO 920T (US$ 500). Este TomTom top de linha já tem um visual formidável antes mesmo de você ligá-lo. Sua exibição em 3D é a mais elegante disponível no mercado, com a animação mais suave e o layout mais inteligente de todos.

Um sensor de luz escurece a tela à noite. Um sensor de velocidade monitora sua localização mesmo em túneis e um sensor de áudio aumenta o volume da voz quando o ruído externo da estrada aumenta.

Há ainda o reconhecimento de voz: em vez de se atrapalhar com um teclado para inserir o seu destino, basta dizer qual é o seu destino (“Chicago. Rua Riverside. Número 200”). Em segundos, você estará no caminho.

A tela de Ajuda também é bem bolada. Seus ícones incluem “Onde Estou?”, “Ajuda Enquanto Caminho” (que o orienta quando você retira o TomTom do carro) e “Ajuda Enquanto Dirijo” (“Oficina mais próxima”, “Hospital mais próximo” e, meu favorito, “Dentista mais próximo”).

O 920T consegue obter dados do trânsito por meio de uma antena presa no pára-brisa ou através de um telefone celular com Bluetooth com plano de dados de internet (se optar pela antena, pagará US$ 60 por ano pelo serviço de dados; se optar pelo telefone, por enquanto o serviço é gratuito, embora a TomTom afirme que tem planos de futuramente cobrar US$ 25 por ano nos EUA). Além disso, o brilhante programa de compartilhamento de mapas do TomTom permite atualizar os mapas do seu receptor com atualizações e erros reportados por outros usuários.

O prendedor do pára-brisa não é tão bom quanto o do Garmin e a voz feminina teima em pronunciar "bridge" (ponte) como “branch” (filial). Mas como um todo, esae receptor representa o que há de alta tecnologia de última geração. 

Avanços

O gênio TomTom, o mega-inteligente Garmin e o Harman Kardon, mais limitado, são anos luz mais avançados do que qualquer outra coisa que você receba instalado de fábrica em seu carro (além disso, ao comprar um desses portáteis, você sabe que poderá transferi-lo para o próximo carro que comprar). Esses aparelhos transformaram completamente o ato de dirigir.

São caros, mas são extremamente úteis, evitando que você se perca e fique na mão com um outro GPS bastante desagradável: o Guessing, Panicking and Swearing (Chutar qualquer entrada, entrar em pânico e sair xingando). 

Fone G1 - * David Pogue é colunista de tecnologia do “The New York Times”. Autor de diversos livros, ele também é responsável pela série Missing Manual, que ensina como usar programas de computador.



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