Operação 'Taturana"

Por volta das 21,45, por força de habeas-corpus expedido pela Juíza Olívia Medeiros da Segunda Vara de Justiça de União dos Palmares, deixou as dependências da Superintendência da Policia Federal de Alagoas no bairro de Jaraguá, em Maceió, o ex-governador de Alagoas Manoel Gomes de Barros, para onde foi conduzido desde as primeiras horas da manhã de hoje, acusado de ter em sua residência na Fazenda Jurema, zona rural de União armas de uso exclusivo da Polícia Militar de Alagoas.

Como tudo Começou

O ex-governador conhecido como Mano é pai do deputado estadual Nelito Gomes de Barros, que faz parte da atual Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, e que seria intimado para depor sobre um desvio de mais de 220 milhões da instituição. Como os policiais não encontraram Nelito em seu apartamento na orla maritima de Maceió, entendeu o delegado encarregado das investigações Jandelier de Lima que poderia encontrar o deputado na residência de seu genitor em União dos Palmares.

Como as armas foram encontradas

Por volta das 5,55 da madrugada de ontem (6), policiais militares encarregados da segurança pessoal do ex-governador passaram a vigilância para seguranças particulares, e não recolheram as armas privativas da policia. Poucos momentos depois, (seis horas da manhã), cumprindo dispositivo legal, a equipe do Dr. Jandelier adentrou a fazenda e encontrou pessoas que não eram militares portando as armas.

Acordado, Manoel Gomes ponderou com os agentes federais, mas estes insistiram em fazer uma revista no interior da residência em busca de documentos da assembléia que pudessem provar a participação de Nelito em pressuposto envolvimento no esquema de fraudes, o que não foi confirmado, pois nada relativo ao caso foi encontrado na “Casa Grande” da Fazenda Jurema.

Após um rápido dialogo com os agentes ferais, Mano se dirigiu a Maceió em seu próprio veiculo até a Superintendência da PF. Sua chegada por volta das 7,00 horas gerou especulações da imprensa que precipitadamente anunciou sua participação no esquema fraudulento. Após um breve dialogo com as autoridades policiais, Mano foi conduzido a uma dependência (que não tinha grades, segundo seu relato), foi-lhe permitido usar seu telefone celular, de onde acionou seus amigos e advogados, dentre estes, o Dr. José Fragoso, que, inteirado dos acontecimentos providenciou junto à comarca de União dos Palmares a soltura do seu constituinte, o que somente ocorreu no inicio da noite, depois que o comando do 2º BPM comprovou a propriedade das armas junto a Justiça e a prerrogativa do ex-governador de ter segurança da policiais estabelecidas em lei.

A soltura

Dezenas de pessoas aguardavam no portão de acesso da Policia Federal a saída de Mano, que abatido (convalesce de uma enfermidade que reduz as defesas do organismo) Mano disse enfaticamente que “nada tenho a ver com o que se passa na assembléia legislativa. Quando deixei o governo de Alagoas, sai com as mãos e a consciência limpas. Sou um homem honesto que sustento minha família com o fruto do meu trabalho”.

Emoção da Família

No retorno a sua residência em Maceió, o ex-governador foi recebido por centenas de pessoas, correligionários e amigos e por seu filho Nelito Gomes de Barros, que pela primeira vez se pronunciou a imprensa através de A TRIBUNA que durante todo o dia acompanhou os fatos. Nelito demonstrando tranqüilidade, porém preocupado com o esgotamento de seu pai disse: “Sou inocente, por isto, com relação a estes fatos, nada tenho a declarar. Sigo o exemplo de meu avô e de meu pai que foram políticos ainda hoje lembrados por sua atuação pelo bem de Alagoas, e abracei a causa política com dignidade e honestidade herdados deles. Os fatos provarão o que afirmo agora”.

Cercado de familiares e amigos, Mano reafirmou sua inocência e lamentou a precipitação de alguns órgãos da imprensa local por haverem noticiado seu envolvimento com os fatos presumivelmente ocorridos na Assembléia Legislativa de Alagoas, “fatos estes que sequer tenho conhecimento quanto mais participação” finalizou.

Da Redação