Produção de Fogos de Artifícios em Ibateguara deve sair da informalidade

O amplo mercado informal de fogos de artifícios no município de Ibateguara foi tema de reunião, nesta segunda-feita (28), no Centro Cultural do Município. O encontro, que reuniu 20 produtores locais e a assessora especial da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), Alyne Vieira, discutiu a possibilidade de fortalecimento da cadeia produtiva através de um novo Arranjo Produtivo Local (APL).

Ibateguara é o município responsável pela maior produção de fogos de artifício do Estado, principalmente os destinados para crianças, como estalos bebé (cuja produção chega a 100 milhões por ano), além de traque, chuvinha, coqueirinho, entre outros. Segundo Alyne Vieira, apesar de 70% dos fogos vendidos no estado serem produzidos na cidade, a informalidade e a desorganização do sistema de produção não garantem lucro aos produtores.

“A maioria dos produtores vende seus fogos de artifício a atravessadores, que impõem outras marcas, através de embalagens prontas, o que se configura como uma grande dificuldade de fortalecimento da cadeia produtiva local”, explicou Alyne.

Além disso, outras dificuldades são encontradas na produção atual de fogos no município, como a falta de mão de obra. “Por falta de capital para o pagamento de mão de obra qualificada, muitas vezes os produtores acabam por apelar pelo trabalho infantil, bem mais barato nas redondezas”, destacou a assessora especial da Seplande. Ela acrescentou ainda que “a organização dessa produção local é uma iniciativa de inclusão produtiva e reconhecimento do potencial mercadológico da região”.

Para que uma produção se transforme em APL é necessário um estudo de viabilidade, onde será analisada a produção local existente, o grau de organização, a quantidade de pessoas envolvidas com a atividade, o nível de acesso ao mercado, entre outros fatores.

“Se a organização em cooperativas for aceitável para os produtores, há grandes chances de que essa atividade se configure como um Arranjo Produtivo Local”, finalizou. Será marcada uma nova reunião com a presença do Sebrae para avaliação junto à Seplande.

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bárbara pacheco