Assentamento Flor do Bosque em Messias
As cercas erguidas na área que deveria ser destinada à reserva legal dentro do assentamento Flor do Bosque foram derrubadas nesse domingo (27). As pessoas foram avisadas para retirar do local, nos próximos dias, as casas e casebres ou algum tipo de plantio que tenha sido feito. A ação organizada pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), com apoio do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), foi realizada na data limite do prazo de quatro meses dado à desocupação.
A denúncia de que pessoas da região estariam se apropriando de modo irregular de terras, dentro do assentamento, foi feita por lideranças e representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que também estiveram no local. A Fazenda Flor do Bosque possui um total de 358 hectares, sendo que dos 72 hectares que deveriam estar destinados à reserva legal apenas 11 possui vestígios da mata atlântica.
Mesmo que o IMA atenda a um pedido de apoio para recuperação da vegetação, com indicação das espécies nativas ideais para a região, é preciso deixar a área livre para ela se recuperar”, disse o diretor de Unidades de Conservação, Alex Nazário. Para ter certeza da extensão e limites do que deveria ser reserva legal, técnicos da Gerência de Geoprocessamento, também estiveram no local, vez que alguns marcos colocadas para delimitar a Fazenda foram arrancados.
Durante a ação foram retirados aproximadamente 900 metros de cerca. “Há quatro meses nós estivemos no assentamento e avisamos a todos para que não construíssem mais e nem se apropriassem indevidamente da área, agora voltamos para cumprir com a desocupação”, afirmou Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA. Ele disse ainda que os assentados também precisam cooperar com informações sobre novas ocupações. “Nossa equipe não é grande o suficiente para acompanhar com freqüência a Fazenda.
Lideranças do assentamento ajudaram durante a ação e na retiradas das cercas. A representante da CPT, Heloísa Amaral, solicitou ainda que o IMA colocasse placas indicativas nas áreas da reserva legal, “para que todos saibam os limites dentro do assentamento”. Adriano disse que “nós nos comprometemos em atender as solicitações e fiscalizar, mas precisamos da cooperação dos assentados, no sentido de garantir a preservação do que ainda existe e recuperação do que for necessário”.