O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), pretende abrir na próxima quarta-feira, dia 10, uma investigação para apurar se o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), mandou espionar senadores adversários.
"Se confirmadas as denúncias, é intolerável um caso de espionagem em relação a qualquer senador. A intimidade dos parlamentares não pode ser violada sob qualquer pretexto", disse o senador, segundo sua assessoria de imprensa.
Segundo o senador Demóstenes Torres, um assessor de Renan, Francisco Escórcio, tentou espionar ele e o senador tucano Marconi Perillo (GO). O objetivo seria intimidá-los por serem dois dos principais opositores do presidente do Senado.
De acordo com Demóstenes, na última sexta-feira (28), ele se encontrou com o ex-deputado goiano e empresário Pedrinho Abrão, que contou ter sido procurado por Escórcio. O encontro teria ocorrido no escritório do advogado Eli Dourado, em Goiânia (GO).
O plano, diz Torres, era grampear telefones dos dois senadores e fotografá-los embarcando em jatinhos da região. Abrão é dono de uma empresa de aviação em Goiânia.
'Laranjas'
O corregedor do Senado disse também que abrirá uma investigação preliminar para apurar se o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), teria veículos de comunicação em Roraima.
Segundo a revista "Veja", o senador seria o verdadeiro dono da TV Imperial e da Rádio Equatorial. Jucá é um dos principais aliados dos presidente da Casa.
A lei de telecomunicações impede que parlamentares tenham a direção ou a gerência em emissoras de radiodifusão. Romeu Tuma declarou que pedirá ajuda à Polícia Federal (PF) se avaliar necessário.
O G1 tentou contato com o senador Romero Jucá na tarde deste sábado (6) e aguarda retorno.
Fonte: Portal G1