30/12/2025 10:11:57

Congresso Nacional
30/12/2025 08:00:00

Deputada propõe criação de comissão parlamentar para apurar irregularidades financeiras no Banco Master

Iniciativa visa investigar possíveis crimes e omissões de órgãos reguladores diante de denúncias graves

Deputada propõe criação de comissão parlamentar para apurar irregularidades financeiras no Banco Master

Na manhã de 28 de dezembro de 2025, a deputada federal Heloísa Helena, acompanhada pela colega Fernanda Melchionna, apresentou um pedido formal ao Congresso Nacional solicitando a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).

O foco da investigação será apurar supostas irregularidades envolvendo o Banco Master, diante de denúncias que têm gerado grande repercussão política e institucional. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Heloísa Helena destacou que as alegações contra o banco possuem impacto direto sobre milhares de servidores públicos, principalmente no Rio de Janeiro, além de indicarem a existência de uma complexa rede de atividades financeiras ilícitas.

A parlamentar explicou que as suspeitas envolvem uma vasta rede de práticas que podem configurar delitos financeiros graves e violações ao sistema bancário do país. Ela enfatizou a importância da CPMI como ferramenta de investigação, que possui prerrogativas similares às de uma autoridade judicial, como a possibilidade de solicitar quebras de sigilo bancário, telefônico e fiscal. Segundo ela, esse instrumento é essencial para combater a cultura de impunidade e enfrentar estruturas de poder que, muitas vezes, escapam do controle.

"Fiscalizar é uma missão nobre do parlamentar, e a CPI não condena ninguém sem provas, apenas investiga com coragem", afirmou. Entre os pontos centrais do requerimento, estão denúncias de proteção por parte de familiares, ocultação de os responsáveis finais pelos atos, utilização de mecanismos financeiros para lavagem de dinheiro e evasão de divisas, além de possíveis ligações com recursos de origem ilícita. O documento também questiona as possíveis falhas ou omissões das instituições reguladoras, como o Banco Central do Brasil e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

A deputada reforçou que as CPIs atuam com poderes similares aos do judiciário, podendo requisitar informações sigilosas, e que sua atuação não deve se limitar ao Banco Master, mas também envolver personalidades políticas de diferentes estados, caso sejam identificadas conexões entre dirigentes, controladores da instituição e agentes públicos.

Ela rejeitou qualquer tipo de ética seletiva, afirmando que investigações devem ser feitas de forma imparcial e abrangente. Heloísa Helena conclamou que "quem for podre que se quebre", defendendo que todos os envolvidos, independentemente do cargo ou influência, sejam responsabilizados.

A proposta apresentada ao Congresso visa investigar diversos aspectos, incluindo a estrutura societária e operacional do banco, além do fluxo de recursos, com atenção especial a operações atípicas, concentrações de risco e possíveis práticas de ocultação patrimonial.

O documento também busca apurar a possibilidade de crimes financeiros como lavagem de dinheiro, manipulação de mercado, fraude e uso temerário de recursos. Outros pontos importantes envolvem a análise de falhas ou omissões de órgãos reguladores e de fiscalização, como o Banco Central, o COAF, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outros. Além disso, investiga possíveis vínculos entre dirigentes do banco e agentes públicos, incluindo indícios de tráfico de influência e favorecimentos indevidos.

A iniciativa também aponta para o impacto dessas operações no Sistema Financeiro Nacional, em fundos de previdência de servidores públicos, investidores institucionais, correntistas e o próprio erário público. Para prevenir futuras práticas ilícitas, o requerimento sugere melhorias na legislação e na regulamentação financeira. O prazo inicial estipulado para a realização da CPMI é de 120 dias, podendo ser prorrogado por mais 60. As conclusões do inquérito deverão ser encaminhadas ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas da União, ao Banco Central, à CVM, ao COAF e ao Supremo Tribunal Federal, além de subsidiar futuras propostas legislativas.

Com essa iniciativa, Heloísa Helena reforça a importância de uma fiscalização rigorosa do sistema financeiro e de uma investigação ampla, livre de interesses políticos ou de proteção institucional, reafirmando o compromisso com a transparência e a responsabilização de todos os envolvidos.