30/12/2025 05:14:06

Acidente
30/12/2025 02:00:00

Washington alega ter destruído centros de tráfico na Venezuela na operação mais recente

Líder dos EUA confirma ações militares no país sul-americano na semana passada, sem divulgar detalhes detalhados

Washington alega ter destruído centros de tráfico na Venezuela na operação mais recente

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o seu país conduziu operações militares na Venezuela na semana passada, resultando na destruição de instalações relacionadas ao armazenamento de drogas ilegais. Contudo, ele não forneceu informações adicionais sobre a intervenção.

Se essas declarações forem verificadas, será a primeira intervenção terrestre dos americanos na Venezuela desde o início das ações militares dos EUA na região do Caribe.

Durante uma entrevista concedida ao empresário John Catsimatidis, proprietário da rádio WABC e apoiador de Trump, o mandatário declarou na última sexta-feira (26/12) que os EUA haviam atingido uma grande fábrica de produção de entorpecentes na Venezuela.

Em uma ligação telefônica, Trump comentou: "Talvez você não tenha visto, mas eles possuem uma instalação enorme, de onde partem embarcações, e na noite passada a destruímos".

No questionamento feito nesta segunda-feira (29/12) sobre a suposta operação, o presidente comentou: "Houve uma explosão importante na área do cais onde os carregamentos de drogas são feitos. Por isso, atacamos tanto os navios quanto o setor. É uma zona de operações. É lá onde eles atuam. Agora, essa instalação não existe mais".

Embora Trump não tenha mencionado diretamente a Venezuela durante a entrevista à WABC, veículos de imprensa como o The New York Times consultaram fontes oficiais do governo, que confirmaram que a referência era a uma fábrica de drogas venezuelana.

Atualmente, nem as Forças Armadas americanas, nem a Agência Central de Inteligência (CIA) ou a Casa Branca fizeram declarações oficiais sobre essa suposta operação, de acordo com informações do jornal.

O governo venezuelano também não confirmou qualquer ataque por parte dos EUA em seu território.

Nos últimos meses, os Estados Unidos realizaram dezenas de ataques a embarcações no Caribe e na região leste do Pacífico, alegando que essas transportavam drogas, embora sem provas concretas. Mais de cem pessoas perderam a vida nesses ataques, considerados ilegais por especialistas em direito e também por críticos de Trump, que os classificam como execuções extrajudiciais.

O país deslocou sua mais moderna embarcação de guerra, o porta-aviões Gerald R. Ford, para a região do Caribe, na operação conhecida como Lança do Sul.

Em dezembro, o governo americano determinou um bloqueio total e irrestrito a todos os petroleiros sancionados que entrassem ou saíssem da Venezuela. Anteriormente, apreendeu o petroleiro Skipper, interceptou a embarcação Centuries e perseguiu uma terceira, a Bella 1.

O petróleo venezuelano representa uma fonte vital de receita para o governo local, e o embargo visa pressionar a administração de Nicolás Maduro. Embora inicialmente Trump tenha justificado suas ações militares como combate ao narcotráfico, o foco deu-se gradualmente ao controle da produção de petróleo e à tentativa de mudança de regime na Venezuela.

Durante uma entrevista à WABC, Trump afirmou: "Cada navio destruído impede a morte de 25 mil americanos", embora não tenha apresentado evidências para essa estimativa. Ele também declarou que a quantidade de drogas entrando nos EUA teria sido reduzida em 97,2%, sem provas que sustentem essa alegação.

Questionado por Catsimatidis se Maduro entregaria mais petróleo aos EUA se deixasse o poder, Trump respondeu: "É uma questão de muitas coisas. Quanto a isso também. Eles roubaram nosso petróleo, nos expulsaram, enviaram milhões de pessoas do seu país — alguns dos piores do mundo — para os Estados Unidos".

Trump anunciou que continuará a ofensiva contra embarcações, planejando uma segunda fase com operações terrestres contra alvos ligados ao tráfico de drogas, além das ações já realizadas. Em outubro, autorizou missões secretas da CIA na Venezuela e classificou o Cartel de los Soles como organização terrorista vinculada a Maduro, o que o líder venezuelano nega.

A designação de grupos como terroristas amplia o poder das forças policiais e militares americanas para atuar contra esses grupos. Essa estratégia faz parte do esforço dos EUA para desmantelar organizações consideradas ameaças à segurança nacional.