Na noite do último sábado (27), uma agressão contra uma mulher na calçada da orla de Ponta Verde, em Maceió, resultou na prisão de um homem. Testemunhas revelaram que o indivíduo, que é turista e estaria na cidade para as festividades de final de ano, foi capturado por equipes do programa Ronda no Bairro ainda no local do incidente.
Um vídeo divulgado nas redes sociais registra o momento exato da abordagem pelos agentes, com várias testemunhas presentes ao redor, assistindo à ação policial.
Durante uma caminhada pela orla, a advogada Júlia Nunes, especialista em violência contra a mulher, foi alertada por populares sobre o ocorrido. Ela relatou: “Estava na calçada quando diversos indivíduos me procuraram, dizendo: ‘Doutora, há uma mulher vítima de violência’. Fui até o local e lá encontrei os policiais, com o suspeito já detido dentro de um carro, tentando fugir.”
A profissional também observou sinais de consumo de álcool pelo agressor. “No banco do passageiro, ao lado dele, havia uma bebida alcoólica, o que indica que ele provavelmente estava embriagado no momento da agressão”, comentou. Além disso, ela destacou que outras forças de segurança foram acionadas para reforçar a atuação no caso.
A vítima, inicialmente, se afastou do cenário, mas retornou após a situação ser estabilizada. Júlia reforçou que, mesmo sem intenção de registrar denúncia inicialmente, o procedimento de encaminhamento à delegacia foi obrigatório. “Felizmente, a violência física contra a mulher é uma ação que a lei considera pública, ou seja, não depende da vontade da vítima para ser processada”, explicou.
Ela também comentou que fatores como dependência financeira, distância de casa e a presença de filhos dificultam muitas vezes a denúncia formal. “Apesar de ela não querer fazer a denúncia, foi necessário conduzi-la até a delegacia, sob pena de a Polícia Militar incorrer em prevaricação”, afirmou.
O local onde tudo aconteceu é bastante movimentado, com diversos eventos na orla, o que torna a abordagem mais complexa quando a violência ocorre em espaço público. “Quando há agressões em locais fechados, a situação tende a ficar ainda mais difícil de resolver”, acrescentou Júlia, que acredita que o consumo de álcool tenha contribuído para o episódio.
Após a prisão, o suspeito foi levado à Central de Flagrantes, onde permanece detido. A investigação e as providências cabíveis agora ficam sob a responsabilidade das autoridades policiais.