Em 2025, o Instituto Médico Legal (IML) de Maceió conseguiu resolver 90% dos casos de corpos não reclamados, realizando o sepultamento de 157 vítimas em condições apropriadas e com a devida dignidade. A atualização foi divulgada nesta sexta-feira (19), pelo órgão responsável por lidar com restos mortais sem destino definido.
Durante o ano, o chefe de perícias em mortes do IML de Maceió, Eduardo Yukishigue Nisiyama, destacou que o trabalho iniciado em meados de 2024 continuou neste período, com o objetivo de solucionar o problema de restos mortais armazenados sem identificação ou reclamantes. Nisiyama explicou que, graças à colaboração do defensor público Lucas Valença, que iniciou esse esforço conjunto, além do apoio posterior do defensor Othoniel Pinheiro Neto, o órgão conseguiu estabelecer contato com várias cidades do interior através das procuradorias e secretarias de assistência social.
Como resultado, 66 cadáveres não reclamados foram destinados a 23 municípios diferentes. Segundo registros do IML, os municípios de Atalaia, Boca da Mata, Cajueiro, Flexeiras, Joaquim Gomes e Maragogi receberam um corpo cada. Já Colônia Leopoldina, Jequiá da Praia, Maribondo, Paripueira, Satuba, União dos Palmares e Viçosa receberam dois corpos cada. Também estão disponíveis três vagas em Murici, Rio Largo, São José da Laje e São Luís do Quitunde; quatro em Barra de São Miguel e Japaratinga; cinco em Coruripe e Pilar; e oito vagas em Marechal Deodoro e Porto Calvo. Além de hospedar os cadáveres, alguns municípios ainda forneceram serviços funerários e caixões, garantindo respeito e dignidade às vítimas.
Ao todo, 91 corpos foram sepultados no cemitério público Divina Pastora, em Maceió. Para isso, o IML realizou 278 exumações, incluindo 142 corpos provenientes do próprio órgão, 115 de comunidades e 21 que precisaram ser reinumados por inadequação para ossuários. Com o apoio da prefeitura local, os sepultamentos foram realizados com serviços completos, incluindo urnas funerárias.
O perito Eduardo Nisiyama reforçou que a direção do órgão continuará empenhada em ampliar o número de vagas disponíveis tanto na capital quanto na zona rural. Essa iniciativa visa solucionar de vez a questão dos corpos armazenados e evitar problemas relacionados ao excesso de cadáveres. Ele alertou que o acúmulo excessivo de restos mortais pode prejudicar o funcionamento adequado das câmaras frigoríficas, tornando o ambiente mais insalubre e aumentando as chances de falhas técnicas nos equipamentos.
Além disso, a sobrecarga acelera a decomposição dos corpos, colocando em risco a saúde dos trabalhadores do órgão. Hoje, há 17 corpos aguardando definição no IML de Maceió, seja pela ausência de identificação, falta de familiares reclamantes ou por necessidade de exames de DNA ou decisão judicial.
Recentemente, o órgão firmou uma parceria com a Coordenação de Desaparecidos da Polícia Civil para realizar buscas ativas por familiares ou possíveis reclamantes dessas vítimas.