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Mundo
21/12/2025 08:00:00

Iran realiza execução de indivíduo condenado por espionagem para Israel

A medida ocorre em meio a uma série de ações judiciais contra suspeitos de colaborar com o Estado hebreu após conflito de 12 dias

Iran realiza execução de indivíduo condenado por espionagem para Israel

Na madrugada deste sábado (20), o governo iraniano confirmou a aplicação da pena de morte a Aghil Keshavarz, acusado de atuar como um espião a serviço de Israel, por seu envolvimento em atividades de inteligência e cooperação com o regime sionista. A sentença foi ratificada pela Suprema Corte do país após a conclusão do processo legal, informou a agência oficial Mizan.

Keshavarz, de 27 anos, teria sido detido entre abril e maio de 2025 na região noroeste do Iran, no entanto, os detalhes do caso só vieram a público recentemente. Segundo as autoridades, ele teria enviado informações e imagens de instalações militares na área de Oroumieh, localizada no noroeste iraniano, para agentes israelenses, antes do início do conflito.

A acusação o considera um agente do Mossad, serviço de inteligência externo de Israel, e baseou a condenação em declarações explícitas do próprio acusado, além de evidências como fotos e vídeos gravados em locais militares e de segurança, que teriam sido obtidos durante missões em áreas estratégicas. A decisão de aplicar a pena de morte também se apoiou em provas concretas apresentadas pelos tribunais, que incluem registros de comunicação e imagens de operações militares.

A sentença foi executada após confirmação judicial, em conformidade com o procedimento legal no país. O governo iraniano revelou que Keshavarz enviou informações confidenciais, incluindo fotos, de instalações militares na região de Oroumieh, ao Estado de Israel.

A prisão do suspeito ocorreu antes do início do conflito recente, que teve origem em uma série de ações militares. Desde o início de uma guerra de 12 dias desencadeada por Israel contra o Irã, o país tem intensificado as punições contra indivíduos acusados de espionagem para Israel.

Nos últimos meses, várias pessoas já foram enforcadas sob a acusação de colaborar com o Estado hebreu, incluindo um iraniano com cidadania sueca, condenado à morte por atividades de espionagem. Embora o número exato de presos por suspeita de espionagem não seja divulgado oficialmente, pelo menos uma dezena de pessoas já foi executada desde o começo do conflito.

Em 13 de junho, Israel lançou um ataque sem precedentes contra instalações nucleares e militares iranianas, além de áreas residenciais, o que provocou a resposta do Irã, que declarou um cessar-fogo em 24 de junho. Desde então, Teerã tem prometido julgamentos rápidos para os suspeitos de colaborar com Israel, adotando uma postura rigorosa com múltiplas prisões e condenações à pena capital.

O Irã também intensificou sua legislação antiespionagem, agora prevendo a confiscação de bens e a pena de morte para atividades de inteligência em benefício de países ou grupos considerados hostis, incluindo Israel, Estados Unidos e outras entidades. Até então, a legislação anterior não especificava punições tão severas, nem mencionava países específicos.