Na tarde de sexta-feira, as forças americanas lançaram uma ofensiva de grande porte contra posições do grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria, em uma resposta direta à morte de soldados dos Estados Unidos no território sírio.
O Comando Central dos EUA (Centcom) comunicou que aeronaves de combate, helicópteros de ataque e unidades de artilharia atacaram mais de 70 pontos estratégicos distribuídos por diferentes áreas no centro do país. Aeronaves jordanianas também participaram da operação.
De acordo com o órgão militar americano, a missão, batizada de Hawkeye Strike, utilizou mais de 100 projéteis de alta precisão com o objetivo de destruir infraestrutura e arsenais do extremismo.
O presidente Donald Trump destacou que a ação mostra uma demonstração clara de força contra as posições do EI, especialmente após uma emboscada ocorrida em 13 de dezembro na cidade de Palmira, que causou a morte de dois soldados americanos e de um intérprete civil.
O Centcom, responsável por operações na Europa, África e região do Indo-Pacífico, revelou que a ofensiva teve início às 18h (horário de Brasília).
O comandante do comando militar, Almirante Brad Cooper, reafirmou que os EUA continuarão perseguindo e eliminando terroristas que ameacem seus cidadãos e aliados na região.
Segundo Rami Abdel Rahman, líder do Observatório Sírio para Direitos Humanos (SOHR), ao jornal AFP, ao menos cinco integrantes do EI foram mortos na província de Deir ez Zor, localizada na parte leste do país, incluindo o líder de uma célula especializada em operações com drones.
Até o momento, o Estado Islâmico não divulgou qualquer declaração oficial. A BBC ainda não conseguiu verificar imediatamente os alvos específicos atingidos.
Pete Hegseth, secretário de Defesa dos EUA, declarou que a ação foi uma medida de retaliação, não o início de um conflito, reforçando que qualquer ataque contra americanos será respondido de forma implacável pelos Estados Unidos.
Ele também garantiu que o governo manterá sua missão de caçar e eliminar inimigos, demonstrando a determinação do país nesse combate.
As forças americanas identificaram os dois militares mortos na operação como o sargento Edgar Brian Torres Tovar, de 25 anos, e o sargento William Nathaniel Howard, de 29 anos.
Em uma postagem na rede social Truth Social, o ex-presidente Donald Trump afirmou que os EUA estão promovendo uma retaliação severa contra os terroristas responsáveis pelo ataque, cumprindo sua promessa de agir contra o terrorismo.
Trump também afirmou que o governo sírio tem apoiado integralmente as ações dos Estados Unidos, enquanto o Centcom confirmou que o ataque em Palmira foi realizado por um atirador do EI, que foi confrontado e eliminado.
Durante a emboscada, outros três soldados americanos ficaram feridos. Segundo uma fonte do Pentágono, o incidente ocorreu em uma área sob controle do governo sírio, embora o Observatório Sírio para Direitos Humanos alegue que o agressor era um membro das forças de segurança do país.
Até o momento, nenhum grupo reivindicou oficialmente a autoria do ataque, e a identidade do atirador permanece desconhecida.
Desde 2019, quando uma coalizão apoiada pelos EUA declarou que o Estado Islâmico havia perdido seu último território na Síria, o grupo mantém uma presença residual, com ataques ocasionais.
As Nações Unidas estimam que entre 5.000 e 7.000 combatentes do EI continuam ativos na Síria e no Iraque.
Desde 2015, tropas americanas permanecem na Síria, com a missão de treinar forças locais na luta contra o extremismo. Recentemente, Damasco uniu-se a uma coalizão internacional empenhada em eliminar o grupo, prometendo colaborar com os EUA.
Em novembro, o presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, que anteriormente comandou forças jihadistas antes de seu regime cair em 2024, reuniu-se com Trump na Casa Branca, marcando uma nova fase na relação bilateral entre os países.