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Acidente
20/12/2025 09:00:00

Crescimento Econômico no Interior de Alagoas Supera a Capital, Revela Estudo do IBGE

Expansão das atividades nos municípios rurais indica mudança na concentração da produção estadual

Crescimento Econômico no Interior de Alagoas Supera a Capital, Revela Estudo do IBGE

De acordo com o relatório divulgado nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação dos municípios do interior de Alagoas no Produto Interno Bruto (PIB) do estado cresceu 19% em 2023, em comparação ao ano anterior.

Este avanço demonstra que a contribuição das cidades rurais para a economia alagoana superou a de Maceió, que apresentou um aumento de 14% no mesmo período, cinco pontos percentuais abaixo. Durante a transição de 2022 para 2023, cinco localidades interioranas apresentaram aumentos significativos no PIB, com São José da Laje liderando com uma alta de 76,61%, o maior entre as 102 cidades do estado.

Outros municípios que se destacaram foram Belo Monte (75,80%), Taquarana (69,33%), Murici (62,06%) e Jundiá (46,64%). A análise do IBGE aponta que o crescimento dessas regiões está fortemente ligado ao setor agropecuário.

Entre as cidades com maior participação nesta atividade, estão Santana do Mundaú com 5,92%, Arapiraca com 5,75%, Atalaia com 5,29%, Coruripe com 5,19% e Branquinha com 4,42%.

No que diz respeito ao avanço no setor agrícola, São Miguel dos Campos se destaca com um aumento de 204,6% de 2022 a 2023. Lagoa da Canoa também apresenta um crescimento expressivo de 200,9%. Outros municípios que tiveram crescimento expressivo na agroindústria foram Satuba (197,3%), Rio Largo (191,1%) e São José da Laje (163,1%). No segmento industrial, a cidade de Maceió foi a principal responsável pelo PIB estadual, contribuindo com 43,4%. Logo atrás, figuram Marechal Deodoro (9,56%), Coruripe (5,2%), Arapiraca (5,1%) e Rio Largo (3,8%).

Entre os municípios com maior crescimento industrial, Belo Monte lidera, com um aumento de 579%, impulsionado pela extração de minerais utilizados na fabricação de fertilizantes. Na sequência, estão Taquarana (211,5%), São José da Laje (138,1%), Poço das Trincheiras (112,6%) e Matriz de Camaragibe (110,3%). No setor de serviços, Maceió mantém sua liderança com uma participação de 42,7%. Os demais municípios que apresentam destaque são Arapiraca (8,56%), Marechal Deodoro (2,49%), Rio Largo (2,39%) e Palmeira dos Índios (1,95%). Os maiores avanços nesse setor ocorreram em Murici (69,9%), seguido por Barra de Santo Antônio (27,3%), Maravilha (26,2%), Belo Monte (25,2%) e Atalaia (25,07%).

Na soma geral, a produção total de riquezas em todos os municípios de Alagoas alcançou R$ 89,68 bilhões em 2023. Cerca de 53% desse valor está concentrado em apenas cinco cidades, lideradas por Maceió, que detém um PIB de R$ 33,7 bilhões, representando 37,6% do total estadual. Arapiraca vem na sequência, com R$ 6,88 bilhões, seguida por Marechal Deodoro (R$ 3,18 bilhões), Coruripe (R$ 2,40 bilhões) e Rio Largo (R$ 2,03 bilhões).

Juntas, essas localidades somaram R$ 48,24 bilhões. Em relação ao PIB per capita, dez municípios destacaram-se em 2023, com Santana do Mundaú na ponta, apresentando uma média de R$ 99.564 por habitante. Logo após, aparecem Branquinha (R$ 88.438), Feliz Deserto (R$ 55.251), Marechal Deodoro (R$ 52.769) e Chã Preta (R$ 49.017). As cidades que também se sobressaíram nesse critério foram Porto de Pedras (R$ 48.585), Jequiá da Praia (R$ 48.218), Coruripe (R$ 47.622), Atalaia (R$ 43.642) e Murici (R$ 42.895).

O crescimento percentual do PIB per capita também foi destacado, tomando Belo Monte como exemplo principal, com um aumento de 80,33%. Outros municípios com alta nesse indicador incluem São José da Laje (76,61%), Taquarana (69,33%), Murici (62,06%), Jundiá (46,67%) e Atalaia (44,16%).

A pesquisa evidencia uma redução na desigualdade de renda, medida pelo índice de Gini, que passou de 0,701 para 0,699 de 2022 a 2023. Este índice varia de zero a um, sendo que valores próximos de zero indicam distribuição de renda mais igualitária, enquanto valores próximos de um refletem maior concentração de riqueza. Em 2013, o índice de Gini de Alagoas era de 0,745, o que demonstra uma tendência de diminuição na desigualdade ao longo da última década. Juliana Carla da Silva Santos, responsável pela Superintendência de Informações e Cenários da Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), comentou que o crescimento econômico estadual está se direcionando para o interior, com uma redução na dependência de Maceió e sinais claros de uma desconcentração produtiva e melhoria na distribuição de renda.